A Brigada Militar abriu as ruas e avenidas de Gramado, na tarde de sábado (29/10), para que manifestantes demonstrassem seu protesto e preocupação com a situação ambiental da bela cidade serrana.

A manifestação, organizada pelo Movimento Ambientalista da Região das Hortênsias – MARH, com apoio de diversas associações de bairro, escolas e população em geral, congregou centenas de participantes, vestindo luto e carregando faixas e cruzes negras (estas representando os vários arroios, rios e cascatas do município já em avançado estado de degradação) caminharam desde a Cascata Véu da Noiva, local que já foi um dos principais pontos turísticos e de lazer da população e dos turistas, atualmente transformada em verdadeiro duto de dejetos, até o centro da cidade onde, depois de apresentação artística por jovens estudantes, foi lido o Manifesto em Defesa do Meio Ambiente de Gramado.

O documento entregue às autoridades e lido pelo presidente da organização, o advogado Carlos Baumann, elenca dez importantes pontos críticos que tem levado a cidade serrana a enfrentar sério risco de tornar-se ambientalmente inviável e, com isso, causar um impacto altamente negativo em sua economia orientada para o turismo.

Entre os principais pontos do manifesto destacam-se a questão do crescimento urbano descontrolado; a chegada de mão de obra desqualificada; o desrespeito à mata nativa e às reservas florestais; a alarmante contaminação dos cursos d’água; um saneamento público muito restrito; a poluição visual; a destinação inadequada dos resíduos industriais; a necessidade de definição de uma área industrial; e a falta de uma política permanente e abrangente de educação ambiental.

Entre os manifestantes encontravam-se crianças muito jovens; antigas moradoras que manifestaram seu sentimento chorando durante a passeata; representantes de associações de moradores e bairros; líderes religiosos; vereadores municipais; moradores em geral e turistas que somaram-se à população local para também demonstrar seu carinho e preocupação com o presente e o futuro de Gramado. (Ecoagência, 30/10)