Vereadores de Florianópolis pedem CPI para investigar desvios na Floram
2005-10-31
Uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) poderá ser instalada na Câmara de Vereadores da Capital catarinense nos próximos dias. Os vereadores estão analisando as denúncias de possíveis desvios de recursos da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Floram) no ano passado e já há uma articulação para a apresentação de requerimento para a instalação da comissão. De acordo com a denúncia, que foi feita na CPI da Dívida Pública em agosto, cerca de R$ 85 mil foram desviados do órgão.
O autor da denúncia é atual diretor administrativo financeiro da Fundação, Mércio José Figueiredo. Segundo ele, o ex-ocupante do cargo, Wilson Luz Vieira, teria utilizado de notas fiscais falsas e alteradas para desviar recursos que seriam para pagamentos de fornecedores. Além disso, Figueiredo afirma que vários cheques foram emitidos para pagamento de mercadorias que nunca chegaram à Floram. Os cheques, de acordo com o diretor, eram descontados pelo primo de Vieira, Luiz Fernando Vieira. Ele apontou como exemplo uma nota da empresa Sepat Multi Serviço Ltda, de Joinville, no valor de R$ 11.280,00, como se a empresa havia recebido o valor. Segundo o denunciante, ficou comprovado que a empresa não recebeu esse valor, mas que na contabilidade da Floram aparece como dívida quitada Figueiredo ainda apresentou outra nota fiscal que, segundo ele, os valores foram alterados de R$ 200,00 para R$ 3.200,00, além de outras três notas fabricadas, ou seja, os valores constantes na primeira via da nota não são os mesmos que constam na segunda via.
Por outro lado, Wilson Vieira já disponibilizou à Justiça toda sua movimentação financeira para comprovar que os cheques nunca foram depositados em suas contas bancárias. Ele chegou a procotolar uma queixa-crime contra o procurador do município, Jaime de Souza, por afirmar que os recursos foram parar na conta bancária de Vieira. Para o vereador Márcio de Souza (PT), as denúncias nunca foram esclarecidas, por isto, acredita ele, uma CPI serviria para dar fim ao impasse. (A Notícia, 30/10)