Com investimentos de mais de R$ 220 milhões nos 20 meses de presença no Rio Grande do Sul em compra de terras e que podem chegar a R$ 360 milhões até dezembro, a direção da Votorantim Celulose Papel (VCP) anuncia na próxima quinta-feira (03/11), no Palácio Piratini, novos empreendimentos. Na expectativa do setor, não é descartada a possibilidade de a empresa comunicar decisão de implantar uma fábrica de celulose no RS. Até agosto, o grupo já havia adquirido 67 mil hectares de terras no Estado, dentro de um plano de atingir 140 mil hectares nos próximos anos. Metade da área comprada é de florestas preservadas e a outra parte, de eucalipto cultivado.

A exemplo da Aracruz Celulose e, recentemente, da empresa sueco-finlandesa Stora Enso, interessadas na formação de uma forte base florestal de pinus e eucalipto, a VCP decidiu ampliar sua participação no RS, com preferência de localização na Metade Sul. O município de Pelotas é o eixo de um raio de 150 quilômetros de investimentos em base florestal, lembra o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), José Lauro de Quadros. Na sua avaliação, a exemplo da Stora Enso, a VCP se prepara para, no futuro, instalar uma planta industrial de celulose no Estado. No convite para a cerimônia programa para o dia 3 de novembro está previsto o anúncio das perspectivas de crescimento da VCP no Rio Grande do Sul . Quadros acha cedo para o anúncio de uma fábrica. – Mas isto é também possível-, afirma ele.

Como o tempo médio para o crescimento do eucalipto é de sete anos - na Finlândia é de 70 anos -, o previsível seria fazer este tipo de anúncio dentro de cinco anos , entende o diretor da Ageflor. Mas o fato é que a empresa está, literalmente, plantando hoje para colher grandes resultados no futuro, observa Quadros. No começo deste mês, a Stora Enso já confirmou que implantará uma fábrica de celulose. A localização será revelada entre seis meses e um ano.

No segmento econômico base florestal/produção de celulose , o RS disputa uma nova unidade industrial da Aracruz. A empresa, com fábrica de celulose em Guaíba, examina o estado no qual lançará o seu novo investimento: uma planta industrial com capacidade para 1 milhão de toneladas/ano de celulose. Junto com o RS, concorrem Bahia e Minas Gerais. A necessidade de capital aplicado para uma fábrica desse porte é de, no mínimo, um bilhão de dólares. (CP, 31/10)