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2005-10-28
As vantagens e desvantagens proporcionadas à sociedade e ao ecossistema, por produtos e embalagens plásticas biodegradáveis ou que recebam um aditivo para acelerar sua degradação, foram discutidas ontem (27/10), no 2º Simpósio Plastivida, que reuniu 200 pessoas no Hotel Intercontinental, em São Paulo. A Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos é a entidade que representa a cadeia do setor produtivo no que se refere à temática da responsabilidade social e ambiental.

Sob o tema Degradável ou biodegradável: uma boa alternativa?, o simpósio reuniu especialistas nacionais e internacionais e representantes da indústria. O principal ponto de concordância entre os palestrantes foi a necessidade de a sociedade tratar o tema com transparência e diálogo e informar-se mais sobre as conseqüências da utilização desses produtos e embalagens, tendo em vista a complexidade que envolve esse assunto.

Outro ponto de concordância foi a necessidade de se normatizar a fabricação de embalagens e produtos plásticos que recebam aditivo para acelerar sua degradação. Um saco plástico produzido com este componente terá sua degradação acelerada, mas nem por isso deverá ser simplesmente lançado na natureza. De outro lado, os esforços feitos até o momento em prol da coleta seletiva e da reciclagem precisam ser mantidos e fortalecidos.

O evento foi aberto pelo presidente da Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo, que reafirmou a posição da entidade de tratar com transparência o tema. A seguir, o engenheiro e pesquisador André Wagner Oliani Andrade, da USP, mostrou que, em sua pesquisa arqueológica num aterro em Mogi das Cruzes, encontrou praticamente intactos uma bisteca e outros alimentos orgânicos, tidos como biodegradáveis, com mais de nove anos, e plástico e alumínio em degradação.

A pesquisadora Eloisa Garcia, do CETEA (Centro de Tecnologia de Embalagens) alertou para o perigo de o marketing verde proporcionado pela utilização de embalagens plásticas degradáveis criar no consumidor a falsa ilusão de que o produto solucionaria problemas ambientais.

Na seqüência, o diretor executivo da Biodegradable Products Institute (EUA), Steve Mojo, explanou as normais internacionais para plásticos biodegradáveis e aditivados, mostrando análises nas quais foi encontrado cobalto em plásticos aditivados, em limites acima dos permitidos pela legislação canadense. E o pesquisador Telmo Ojeda, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra-RS), falou sobre a situação atual das pesquisas sobre plásticos aditivados no Brasil.

Ao final, em debate mediado pelo jornalista Paulo Markun, o tema foi discutido entre o presidente do Instituto Brasil-Pnuma e professor de Gestão Ambiental da UFRJ, Haroldo Mattos de Lemos; o presidente da ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), Rogério Mani; o professor da Universidade São Francisco (SP) e membro da ABPol, Derval dos Santos Rosa, e o coordenador do Comitê Técnico da Plastivida, Jorge Soto.

O presidente do Conselho Diretor da Plastivida, Alexandrino de Alencar, encerrou o evento, destacando a posição da entidade de aprofundar o diálogo a respeito do tema, entre todos os setores da cadeia produtiva, institutos de ensino e pesquisa, consumidores e governo. (Com informações da Assessoria do Evento)

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