Sai resultado dos melhores sistemas em saneamento
2005-10-28
Oito sistemas de água e esgoto foram agraciados pelo Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS-2005), concedido pelo Comitê Nacional da Qualidade da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (CNQA). O resultado foi divulgado hoje, terça-feira, 25 de outubro, em São Paulo. Sete venceram no Nível I, de 250 pontos, e no nível II, de 500 pontos, uma companhia conquistou o troféu de prata.
No nível I, os 7 vencedores foram: os sistemas do distrito do Rio Verde, de Janaúba e de Claro dos Poções, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa); as Unidades de Saneamento de Cachoeirinha e de Dois Irmãos, da Companhia Riograndense de Sanemanto (Corsan); o escritório regional de Feira de Santana e a Unidade de Negócio da Bolandeira, em Salvador, da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa). No nível II, o troféu de prata foi concedido à Unidade de Negócio Sul, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Outras nove unidades foram agraciadas com diploma de distinção: a empresa Águas de Cachoeiro S.A (Citágua), de Cachoeiro de Itapemirim (ES); os pólos de Montanha e de Piúma, da Cia. de Saneamento do Espírito Santo (Cesan); as unidades de saneamento de Campo Bom, São Lourenço do Sul, Taquara e Vacaria, da Corsan; o Escritório Regional de Irecê, da Embasa e a Unidade de Serviço de Esgoto da Cia. de Saneamento do Paraná (Sanepar)
Os escolhidos vão participar de uma missão técnica a Paris, onde conhecerão tecnologias e o sistema de gestão dos serviços de saneamento da capital francesa. O grupo da missão terá oportunidade, ainda, de participar da multicultural programação prevista para encerrar o Ano do Brasil na França.
Participaram desta nona edição do PNQS, vários sistemas dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Eles foram avaliados em oito critérios de gestão e qualidade. Em 2005, um novo requisito foi exigido, a gestão da governança. O sistema candidato teve de mostrar como faz o controle externo e mantém a transparência da administração.
A solenidade de premiação será dia 22 de novembro, em Porto Alegre. Durante a tarde, os vencedores dos níveis I e II apresentarão seus trabalhos no Seminário de Benchmarking. Na solenidade à noite, também será conhecido o resultado da categoria Inovação da Gestão em Saneamento (IGS) que, pelo segundo ano consecutivo, reconhece práticas de gestão desenvolvidas pelas companhias.
O PNQS foi o primeiro prêmio da América Latina idealizado especialmente para o setor de saneamento. Mais que reconhecer o trabalho das empresas que buscam a melhoria dos serviços prestados, o objetivo do PNQS é estimular a busca permanente da qualidade na gestão dos sistemas.
Para tanto, as candidatas passam por um processo de avaliação que dura praticamente todo o ano. Nesse período, os profissionais envolvidos em cada empresa participam de cursos sobre as mais avançadas técnicas gerenciais disponíveis no mundo. As próprias empresas acompanham a aplicação e o desenvolvimento das tecnologias nos sistemas. Cada critério é rigorosamente avaliado por uma banca de especialistas independentes de competência reconhecida no Brasil e no exterior, treinados pela Abes.
— Só de participar do processo de premiação, a candidata já sai ganhando. Independente de ser reconhecida, no final do processo melhora suas práticas, inova suas rotinas e estimula a criatividade e interatividade entre o pessoal envolvido. Além disso, os sistemas recebem avaliação externa apontando os pontos fortes e oportunidades de melhorias pelos melhores profissionais do mercado. É um aprendizado muito valioso - explica a coordenadora nacional do PNQS, Cassilda Teixeira de Carvalho.
O sucesso do PNQS já extrapolou as fronteiras do Brasil. Os critérios do processo já foram apresentados em vários países, interessados em seguir os exemplos do prêmio brasileiro, como Argentina e Chile. Também inspirou o governo federal a criar um prêmio similar para as empresas públicas do setor, que se baseia no Guia de Referência para a Melhoria de Desempenho (GRMD) do PNQS.
Segundo a secretária executiva do CNQA, Ellen Martha Pritsch, já é notável a disseminação dos critérios de qualidade entre as grandes empresas de saneamento do País. Ela lembra que atualmente quase toda a população brasileira já conta com água tratada, com nível de qualidade cada vez melhor. As companhias já apresentam melhorias na gestão que resultam na redução gradativa das perdas. A preocupação também já começa a atingir o setor de esgotamento sanitário, relegado até pouco anos pelo poder público e pelas próprias empresas.
— Hoje o poder público, em todos os níveis, e as companhias já perceberam a importância de tratar e garantir uma destinação mais saudável aos esgotos domésticos e ao lixo. Isso representa menos impacto ambiental, menores custos no tratamento da água e mais saúde para toda a população.
Ellen Pritsch admite que o grande desafio do PNQS é envolver os pequenos sistemas, que ainda contam com poucos recursos para implantar sistemas de gestão mais eficientes. Esse foi um dos motivos para a criação do IGS, que avalia práticas gerenciais específicas. Para participar não é necessário que o sistema esteja inscrito nos níveis I e II do PNQS, embora a premiação também seja aberta às candidatas dessas categorias que quiserem apresentar os casos setoriais de sucesso.
O resultado do PNQS 2005 já está disponível no site www.pnqs.com.br. (Jornal do Meio Ambiente, 27/10)