Grupo Suez interessado em participar de gasoduto
2005-10-28
A francesa Suez está muito interessada em dois grandes projetos de gás natural na América do Sul, um gasoduto regional e uma planta de regaseificação pela qual fez proposta no Chile, informou um executivo da companhia em Santiago. A Suez quer formar um consórcio para a construção de um gasoduto entre Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru, e está apenas esperando que os países assinem acordo de apoio ao projeto, disse o vice-presidente da Suez para desenvolvimento de negócios andinos, Cesar Ortiz.
— A Suez preferiu apostar neste projeto - afirmou Ortiz durante conferência do setor de energia.
Ortiz também disse à Reuters que a Suez está entre as cinco companhias que apresentaram ofertas ao governo chileno para a construção de uma instalação de regaseificação de gás natural líquido que será distribuído pelo país. A planta deve custar de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões.
— Apresentamos nosso projeto e nossa idéia é trazer o gás mais rapidamente em uma embarcação que irá gaseificá-lo em trânsito - disse Ortiz. Ele, porém, preferiu não fornecer mais detalhes. O projeto de regaseificação será o primeiro do tipo na América do Sul e trará gás natural de longe para que o Chile não tenha de depender de importações flutuantes da vizinha Argentina. O governo chileno não revelou os nomes dos cinco interessados e planeja selecionar três finalistas nos próximos dias e completar o processo de licitação da obra até o final deste ano.
Ortiz disse que agora a Suez está conversando com outras companhias interessadas em integrar um consórcio para o desenvolvimento da primeira fase do projeto. Entre essas empresas, ele mencionou a produtora de gás natural argentina Pluspetrol, a espanhola Repsol YPF e a brasileira Petrobras.
O executivo informou que estudos de impacto ambiental podem começar em 2006, quando a Suez espera confirmar o tamanho das reservas de gás natural do campo de Camisea, no Peru, de onde partiria o gasoduto para o Chile onde se interligaria com redes da Argentina, Uruguai e Brasil.
— Estamos otimistas sobre as reservas de Camisea e acreditamos que elas vão atender a demanda regional. Mas também acreditamos que a Bolívia deveria entrar no projeto - disse Ortiz.
A Bolívia, que compartilha fronteiras com a maioria dos países envolvidos no projeto tem enfrentado turbulência política que atingiu o desenvolvimento de suas ricas reservas de gás natural e ainda não decidiu se participará do gasoduto.
Kicker: Projeto do novo gasoduto prevê o fornecimento de gás peruano ao Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. (Gazeta Mercantil, 27/10)