Futuro da energia eólica depende de instalações offshore
2005-10-28
A indústria de energia eólica tem altas esperanças de que as instalações offshore possam ajudar a manter números de dois dígitos para marcar as taxas de crescimento do setor, abalado pelos elevados preços do petróleo. –O futuro da energia eólica depende dos mercados offshore–, atesta Arthourus Zervos, presidente da Associação de Energia Eólica da Europa (EWEA).
O mercado global da energia eólica deverá crescer em torno de 15% anualmente, nos próximos anos. Governos de todo o mundo estão incrementando seu potencial de geração eólica, especialmente tendo em vista o controle das emissões de gases de efeito estufa, acusados pelos cientistas como causadores do aquecimento global.
As metas de expansão as energias renováveis, diante dos elevados preços do petróleo, também estão levando os produtores de turbinas, como a dinamarquesa Vestas e a alemã Siemens, ao otimismo. Não há dúvida de que a evolução dos altos preços dos combustíveis fósseis está aumentando o interesse pela energia eólica–, assinala o chefe executivo da Vestas, Ditlev Engel. –Há um tremendo potencial, nas também é algo desafiante–, acrescenta.
Os principais desafios da energia eólica offshore incluem altos investimentos, muito maiores se comparados àqueles feitos nas fazendas eólicas continentais. Além disto, há necessidade de tecnologias mais confiáveis em relação aos equipamentos, especialmente nos sistemas elétricos que ficam expostos ao mar, sob condições climáticas diversas.
Analistas do ramo industrial estimam que os custos offshore sejam de quatro a seis vezes maiores do que os onshore. A gigante alemã Siemens ingressou no mercado de energia eólica há apenas um ano, quando adquiriu a companhia privada dinamarquesa Bonus Energy. –A geração eólica offshore está certamente decolando. Espera-se um pico dela provavelmente para 2008–, prevê o chefe executivo da divisão de Energia Eólica da Siemens, Andreas Nauen. Ele espera que a modalidade offshore componha até 12% do total de novas instalações eólicas em 2010, contra 1% da participação atual.
A Bonus Energy, da Siemens, abastece a Nysted Offshore Wind Farm com turbinas do maior projeto eólico do mundo, localizado a cerca de dez quilômetros da costa sul da Dinamarca. A Nysted tem capacidade de gerar 166 megawatts. Suas 72 turbinas, com mais 100 metros de altura, geram em eletricidade o correspondente ao consumo anual de 145mil residências.
A Vestas, com 34% do mercado global de energia eólica, não tem metas específicas para ganhos offshore, mas o grupo recentemente estabeleceu uma unidade dedicada para negócios offshore. A Vestas abastece de turbinas quase 55% de todas as fazendas eólicas instaladas offshore. Mas, no ano passado, um dos projetos de que ela participa, o da Horns Ver, sofreu avarias em suas máquinas, que tiveram que ser trazidas para reparos onshore. A Horns Rev cobre cerca de 2% do total de uso de eletricidade na Dinamarca.
A Dinamarca é o quarto maior mercado mundial de energia eólica. Fica atrás apenas da Alemanha, da Espanha e os Estados Unidos. Em torno de 25% da eletricidade dinamarquesa provêm de fontes eólicas, mas, numa escala global, tal tipo de energia contribui com menos de 0,5%. (Fonte: Planet Ark, 27/10)