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2005-10-28
Depois de décadas protegendo áreas terrestres, a comunidade científica internacional está mapeando uma rede de áreas marinhas protegidas. A União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) espera que, até 2008, esteja elaborado um plano de conservação para o alto mar, com o apoio das Nações Unidas (ONU), para ser aprovado em 2012.

As informações foram dadas nesta quarta-feira (26/10) por Achim Steiner, diretor-geral da ONG, na abertura do primeiro Congresso Internacional de Áreas Marinhas Protegidas, em Geelong, na Austrália. O evento foi organizado pela própria UICN e dele participaram 700 representantes de 60 países.

Entre as maiores ameaças aos oceanos estão as alterações climáticas, poluição e a degradação de recursos, considera a UICN. Segundo um relatório lançado recentemente pela organização, criada em 1948, metade dos recifes de coral do planeta poderão desaparecer dentro de 40 anos se não forem tomadas medidas para os proteger das alterações climáticas e outras ameaças. Algumas regiões registam mesmo perdas de 90%.

–A situação nos oceanos está a piorar a um ritmo galopante–, alertou Achim Steiner, diretor-geral da UICN. Na abertura do congresso, Steiner apelou à ação internacional concertada para estabelecer uma rede global representativa de Áreas Marinhas Protegidas (AMP) até 2012, uma meta que a comunidade internacional tinha definido em 2002, na Convenção de Johannesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável.

–Neste congresso queremos demonstrar que as AMP beneficiam as espécies marinhas e habitats, além de terem um papel crucial ao evitar o colapso dos recursos pesqueiros do mundo–, destacou. Enquanto o primeiro parque marinho do mundo foi criado há quase cem anos, as centenas que hoje existem no planeta foram criados há 15 ou 20 anos. Entre eles contam-se a Grande Barreira de Coral, criada em 1975 pela Austrália.

–Os nossos mares e oceanos cobrem três quartos da superfície do planeta, mas menos de 1% do ambiente marinho tem proteção–, lembrou Steiner. Nos últimos dez anos, a UICN tem identificado áreas marinhas com necessidade urgente de proteção como os recifes de coral e o mar alto, áreas fora da jurisdição nacional. –Vastas áreas de oceanos – como o mar alto – não têm regimes de gestão. Precisamos conservá-los antes que seja tarde–, apelou. (Ecosfera, 27/10)

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