Exxon Mobil obtém lucros milionários, mas Senado dos EUA protesta
2005-10-28
A Exxon Mobil Corp., obteve, na última terça-feira (25/10), um lucro milionário, um dos maiores na história e uma corporação norte-americana, da ordem de US$ 9,9 bilhões, face às altas nos preços do gás e do petróleo. No entanto, os altos preços que os consumidores vêm pagando pela energia fóssil estão causando reação dos parlamentares. O senador Bill Frist, líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, reclamou, no mesmo dia, a realização de audiências em questionamento aos altos lucros de empresas como a Exxon.
Segundo ele, tais empresas vêm auferindo lucros não usuais há meses. No terceiro quadrimestre deste ano, os preços do petróleo e as margens de lucro aumentaram sensivelmente depois que os furacões Katrina e Rotta assolaram o Golfo do México, interrompendo as operações de empresas de petróleo na região.
Em relação ao mesmo quadrimestre de 2004, o lucro da Exxon subiu 75%, e seus resultados de retorno operacional subiram 32%, para mais de US$ 100 bilhões, o que ficou fora até mesmo das previsões de Wall Street com relação à divisão química da companhia.
–Trata-se de um fenômenos grandemente atribuível aos efeitos dos furacões–, afirma Paul Kuklinski, analista da Boston Energy Research/Soleil Securities.
Além de requerimentos para explicações sobre seus lucros, procuradores e consumidores estão requerendo, com urgência, que as empresas de petróleo expandam sua capacidade de refino e adotem outras medidas para fazer com que os preços do petróleo caiam. Segundo o secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, as empresas de petróleo têm obrigação de ampliar sua capacidade de refino em épocas de lucros recordes.
Mas o vice-presidente de relações da Exxon com investidores, Henry Hubble, assinalou que –francamente, se você está encorajando o crescimento dos estoques, é bizarro apresentar medidas que desincentivam isto–. Ele explicou que a produção de petróleo e gás da Exxon caiu 4,7% no terceiro quadrimestre deste ano, relativamente ao mesmo do ano anterior. Segundo ele, o que segurou a situação foram os novos campos de exploração abertos na África ocidental. (Washington Post, 27/10)