O ministro Jaques Wagner, da Secretaria de Relações Institucionais, assegurou que, antes da execução das obras da integração do Rio São Francisco, o debate será prolongado. Contudo, ele reafirmou que o projeto é prioridade do presidente Lula.

Durante entrevista coletiva no Teatro Santa Isabel, em Recife, Jaques Wagner disse que se mantém o acordo do governo com o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, no início do mês. O bispo fez greve de fome por mais de dez dias em protesto contra o projeto de integração do Rio São Francisco às bacias do Nordeste Setentrional. O ministro, na ocasião, entregou ao religioso uma carta do presidente, na qual o governo propõe ao bispo o prolongamento do diálogo sobre a integração.

De acordo com o ministro, é preciso, além de esclarecer dúvidas, incluir novos conceitos ao projeto. Ele afirmou ter a convicção sobre a viabilidade da obra e que ela vai beneficiar cerca de 12 milhões de habitantes nordestinos.

— O tema é apaixonante, já que se trata do rio da integração nacional. Um projeto dessa magnitude nunca terá consenso porque sempre terá alguém achando que poderia fazer de forma diferente - apontou.

Contou ainda que uma equipe de ministros, incluindo Ciro Gomes (Integração Nacional), Marina Silva (Meio Ambiente) e Dilma Rousseff (Casa Civil), deve participar de uma série de debates com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

— Por outro lado, estamos lutando agora para aprovar no Congresso Nacional a emenda que destina recursos específicos para a revitalização do Rio - complementou.

O ministro disse que obras de saneamento básico na região ribeirinha do São Francisco já estão em andamento, assim como o levantamento do leito do rio, que prevê a recuperação da navegabilidade e das matas ciliares. (Estado de Minas, 26/10)