Carbon Positive discute seqüestro de carbono em Redenção (PA)
2005-10-27
Representantes da empresa inglesa Carbon Positive estiveram em Redenção, a convite do presidente do Sindicato Rural de Redenção, Luciano Guedes, para discutir sobre investimentos no novo segmento do mercado de seqüestro de carbono. O grupo de estrangeiros, que já tem firmada parceria com a Embrapa, empresa brasileira de estudos e pesquisas, veio a Redenção interessado em contatar produtores rurais locais dispostos a investir em reflorestamento.
Depois de expor com detalhes o funcionamento do projeto, os britânicos anunciaram que em um primeiro momento serão plantados imediatamente já no próximo mês três campos experimentais de 50 hectares cada um, nos municípios de Paragominas, Marabá e Redenção.
— Esses campos experimentais servirão para definir quais as espécies que melhor se adaptam à região, e a capacidade que as mesmas possuem em seqüestrar carbono - explica o presidente do Sindicato Rural de Redenção, Luciano Guedes.
Com o sucesso da experiência, os britânicos pretendem ampliar a área inicial de 150 para 150 mil hectares.
Durante a reunião, ficou acertado que tal iniciativa terá total apoio do setor e da Prefeitura Municipal de Redenção.
COMO FUNCIONA - O aumento na concentração atmosférica dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) decorrente das atividades humanas, tem sido apontado como principal causador do aquecimento global e das mudanças climáticas. Calcula-se que a alteração na concentração dos GEEs poderá desencadear, nos próximos cem anos, um aumento da temperatura média anual do planeta entre 1,4 e 5,8º C.
O tema polêmico tem sido objeto de muitas discussões nas mais variadas esferas. Para tratar sobre o assunto, foi estabelecida a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que em 1997, criou o Protocolo de Quioto, visando regular as emissões de GEEs.
Para auxiliar no cumprimento dessas metas, foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que determina remoções e/ou reduções de emissões de GEEs, realizadas em países em desenvolvimento, e que podem ser utilizadas pelos países industrializados no cumprimento de suas metas obrigatórias.
Desta forma, países industrializados que assinaram o Protocolo de Quioto poderão adquirir os chamados créditos de carbono de projetos localizados em países como o Brasil, que não possuem compromissos de redução.
LIDERANÇA BRASILEIRA - O Brasil assumiu posição de liderança na proposição de projetos de MDL. Para se ter uma noção, em setembro de 2005 existiam 87 projetos brasileiros no ciclo de aprovação do MDL, que, se concluírem sucessivamente todas as etapas do ciclo, correspondem a um potencial de redução de aproximadamente 165 milhões de tCO2e. (Diário do Pará, 26/10)