O odor e o gosto da água que sai das torneiras nos dias de calor podem dar uma trégua aos moradores da zona sul da Capital. Após a conclusão das obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) Tristeza, o abastecimento será captado meio quilômetro adentro do Guaíba. A reforma é uma tentativa de buscar recursos hídricos de melhor qualidade.

Com a estiagem no verão, o nível do Guaíba cai, e aumenta a proliferação de algas. O resultado é a água com cheiro e gosto, que incomodam os moradores de Porto Alegre.

A nova linha de captação deve ajudar a combater o problema, ao menos para as cerca de 44 mil pessoas que moram nos 11 bairros abastecidos pela ETA Tristeza. Os recursos hídricos serão buscados 540 metros adentro do Guaíba.

Atualmente, o processo é feito por um canal curto próximo às margens, no terreno do clube Veleiros do Sul. O ponto, onde o nível de água chega a 0,6m no verão, é o pior da Capital, segundo o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser.

- As bombas sugam muito barro, e a água vem com algas e baixo oxigênio - disse Presser, ao mostrar as obras para o prefeito José Fogaça, na manhã de ontem.

O projeto prevê 710 metros de tubos. Dos 170 metros que serão instalados em terra, no terreno do Veleiros, 42 metros já foram assentados. Iniciadas em agosto, as obras devem ser concluídas em fevereiro, com investimento de R$ 1,6 milhão. (ZH, 27/10)