Vírus letal da gripe aviária chegou à Croácia, diz UE
2005-10-27
A União Européia (UE) anunciou nesta quarta-feira (26/10) que a variedade letal do vírus da gripe aviária, a H5N1, foi encontrada na Croácia.
O vírus foi descoberto nos cadáveres de cisnes selvagens em uma lagoa no leste da Croácia na semana passada. Testes em laboratório, realizados na Grã-Bretanha, provaram a presença dessa forma do vírus, que pode matar humanos.
Antes, o H5N1 já havia sido encontrado em quatro países europeus: Turquia, Romênia, Rússia e Grã-Bretanha. Nesse último caso, porém, o vírus matou um papagaio que havia sido trazido do exterior e estava em quarentena.
Na Alemanha, testes iniciais em dois gansos também mostraram a presença da doença, embora ainda não se saiba ao certo se as aves estavam com o tipo mais perigoso da doença.
Temendo um maior avanço da doença na região, a UE havia anunciado nesta terça-feira que vai proibir a importação de aves exóticas e impor normas mais rigorosas para a manutenção de aves de estimação.
Suspeita-se que aves migratórias que voam do leste da Rússia rumo à África tenham transmitido o vírus da gripe aviária a animais no Leste Europeu.
As autoridades da ilha Reunião, possessão francesa no Oceano Índico, disseram que um turista que voltou de uma viagem à Tailândia pode ter sido infectado por uma variação da gripe aviária.
O homem de 43 anos foi internado num hospital da ilha no sábado (22/10)queixando-se de fraqueza e fortes dores de cabeça. Posteriormente ele desenvolveu uma tosse.
Testes para detectar a presença do vírus H5N1 não foram conclusivos até agora.
Ainda nesta quarta-feira (26/10), a China anunciou seu terceiro grande foco de gripe aviária em duas semanas.
Segundo as autoridades chinesas, 545 frangos e patos morreram vítimas do vírus em um vilarejo na Província de Hunan, na região central do país, e quase 2,5 mil foram sacrificados como precaução.
Na semana passada, a China confirmou a ocorrência de um novo surto da forma letal da gripe aviária, provocada pelo vírus H5N1, com a morte de 2,6 mil aves na Província da Mongólia.
Já foram registrados neste ano na China surtos de gripe aviária também nas Províncias de Qinghai, Xinjiang e no Tibete. Milhares de aves foram sacrificadas, mas nenhuma morte de pessoas foi confirmada em decorrência da doença no país.
Uma conferência de ministros da Saúde de mais de 30 países em Ottawa, no Canadá, pediu a realização de mais pesquisas para a criação de uma vacina para proteger os seres humanos da doença.
O Secretário da Saúde dos Estados Unidos, Michael Levitt, disse na conferência que os políticos têm que encontrar um equilíbrio entre informar e deixar tensas as pessoas em relação à doença.
Alguns países, inclusive o Canadá, apoiaram uma proposta mexicana de aumentar a capacidade de produção de antivirais e de uma futura vacina, de acordo com o correspondente da BBC em Ottawa, Lee Carter.
Isto pode ser feito transferindo-se a produção para países como Brasil, México e Índia, onde ela pode aumentar mantendo o custo baixo.
A Indonésia confirmou, na terça-feira (25/10), que um homem de 23 anos morreu em decorrência da gripe aviária, a quarta vítima da doença no país.
Ele foi levado a um hospital de Bogor, perto de Jacarta, em setembro, e morreu dois dias depois. Um laboratório em Hong Kong confirmou que ele havia contraído o vírus H5N1.
Especialistas temem que até 150 milhões de pessoas possam morrer se o vírus H5N1 sofrer uma mutação e se tornar transmissível entre humanos. No momento, ele só contamina pessoas que tiverem contato direto com aves infectadas.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Lee Jong Wook, disse em Ottawa que os países devem cooperar no combate à ameaça da gripe aviária. (BBC, 26/10)