O governador Simão Jatene ouviu, no domingo, (23/10), em Santarém, relatos dramáticos dos prefeitos dos municípios atingidos pela estiagem no Oeste do Estado do Amazonas. Na maioria das cidades os lagos e igarapés secaram completamente. Os peixes desapareceram e os moradores estão consumindo água de péssima qualidade. A falta de água potável é agora o principal problema a ser equacionado pelas equipes da Defesa Civil.

Durante a reunião o governador avaliou o quadro de cada município atingido. Jatene disse que o atendimento às famílias, a partir de agora, deve ser diferenciado e pediu clareza nas ações.

— Precisamos encontrar uma solução para cada caso. E só vocês (prefeitos) podem nos fornecer informações precisas para que possamos direcionar nossas ações no sentido de prestar um atendimento realmente eficiente.

A prefeita de Santarém, Maria do Carmo pediu apoio para a perfuração de poços artesianos nas comunidades atingidas. Para o secretário Executivo de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente, Gabriel Guerreiro além da perfuração dos poços é possível efetuar o tratamento da água.

— Podemos utilizar tambores para armazenar a água com o uso de hipoclorito - sugeriu.

Outra solução apresentada durante a reunião foi a utilização de um protótipo de filtro de água produzido com areia e cimento pelos integrantes da Igreja da Paz, em Santarém, e que já está sendo utilizado em algumas comunidades.

No final da reunião, Simão Jatene assinou os decretos de homologação da situação de emergência nos municípios de Faro, Prainha, Juruti, Terra Santa, Monte Alegre, Alenquer, Jacareacanga e Santarém.

MDA faz levantamento da seca no Amazonas e Pará
As Delegacias Federais do Desenvolvimento Agrário (DFDAs) – representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) nos estados – estão realizando um trabalho conjunto para o levantamento dos impactos socioeconômicos da seca no Amazonas e Pará. O objetivo é identificar a real dimensão da estiagem sobre a produção e a produtividade da agricultura familiar na região. Para fazer o diagnóstico o MDA está contando com o auxílio do Banco do Brasil, Banco da Amazônia e empresas de assistência técnica.

Segundo o delegado do Desenvolvimento Agrário no Pará, Carlos Guedes, somente após o estudo será possível preparar um plano de ação, prevendo medidas emergenciais e estruturantes para apoiar as famílias atingidas. No Pará a seca está localizada na região oeste do estado, conhecida como Baixo Amazonas, e afeta 13 municípios: Santarém, Oriximiná, Óbidos, Alenquer, Monte Alegre, Curuá, Juruti, Terra Santa, Faro, Jacareacanga e Prainha. Itaituba e Aveiro estão em estado de alerta. Nestas cidades residem mais de 28 mil famílias entre agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais e assentados da reforma agrária.

Foram aplicados, na safra 2004-2005, mais de R$ 15 milhões do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no oeste do Pará, beneficiando quase quatro mil famílias. As principais atividades econômicas desenvolvidas nessas comunidades são a pecuária de leite, cultivo da mandioca, extrativismo vegetal e pesca. (Estação Vida – MT, 25/10)