No início deste ano, a entidade norte-americana Food and Drug Administration (FDA), destinada à fiscalização de alimentos e remédios, fez algo supreendente: alertou que era hora de a indústria de cosméticos informar aos consumidores que a maior parte dos produtos destinados a cuidados pessoais não havia sido suficientemente testada.

Aonde os Estados Unidos vão, o reino Unido inevitavelmente segue. O que preocupa os cientistas da FDA e organizações ambientalistas é o efeito coquetel, a mistura diária de muitas toxinas de diferentes tipos sobre o corpo, e o quão prejudicial isto pode ser em longo prazo.

Em média, cada pessoa usa nove produtos de cuidados pessoais diariamente, contendo 126 ingredientes distintos. Testes de segurança buscam reações, tais como pele vermelha e outras, mas não investigam problemas potenciais de longo prazo em seres humanos e sobre o meio ambiente. Contudo, as substâncias químicas que são adicionadas em produtos, como xampus, cremes para as mãos e afins apresentam traços de contaminantes,que são ingredientes básicos.

Absorvidas pelo corpo, essas substâncias podem ser armazenadas notecido gorduroso ou em órgãos como o fígado, os rins, nos órgãos reprodutivos ou no cérebro. As empresas de cosméticos queixam-se de histeria, mas os cientistas estão concluindo que plásticos contendo substâncias como os ftalatos, presentes em preservativos conhecidos, estão relacionadas a tumores em tecidos dos seios, e antibactericidas como o Triclosan e fragrâncias químicas como o musk contêm xileno, que pode contaminar o leite de mulheres que amamentam. Pesquisas médicas estão provando que fragrâncias causam asma, que detergentes e xampus podem danificar os tecidos dos olhose que tinturas de cabelo podem desencadear certos tipos de câncer. (The Independent, 25/10)