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2005-10-25
Um livro chamado Guerra Ecológica nos Babaçuais é o marco da campanha que milhares de quebradeiras de coco babaçu dos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí lançam no próximo dia 25 de outubro, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Teresina, Piauí. Organizado por uma equipe de pesquisadores liderada pelo antropólogo Alfredo Wagner, o livro mostra como as políticas públicas e os poderes econômicos estão agredindo não apenas as 300 mil mulheres que vivem da extração dos produtos da palmeira do babaçu, mas também estão devastando uma das mais bonitas paisagens do território brasileiro, as florestas de cocais das áreas de transição entre Amazônia e Cerrado.

Segundo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MCQB), o grito de alerta da campanha soma uma frente de movimentos sociais e organizações de apoio em uma radiografia das agressões feitas a comunidades que transformaram uma atividade de subsistência em um modelo viável e sustentável de aproveitamento dos recursos naturais. Farinhas, óleos, sabonetes e muitos outros usos são conquistas comunitárias que até mesmo na cultura popular começam a ser reconhecidas - haja visto o encontro das cantoras quebradeiras com a rapper Nega Giza, no projeto Cantadeiras, que passou por diversas cidades pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Além disso, leis municipais de babaçu livre reuniram simultaneamente a preservação dos bosques em terras particulares com a garantia de acesso das quebradeiras para seu uso sustentável.

— Tudo isso está ameaçado pela voracidade das siderúrgicas que desviam as palmeiras inteiras para transformação em carvão vegetal ou pelo interesse de grandes latifúndios de monoculturas - afirma o MCQB. O livro conta, região por região, o que está acontecendo hoje e que, nem o Brasil e nem o mundo estão tomando conhecimento.

Segundo o professor Alfredo Wagner Berno de Almeida, que atuou na pesquisa ao lado de Joaquim Shiraishi e Cynthia Martins, a campanha deve se basear no tripé enfrentamento, informação e educação. Entre os principais pontos levantados na pesquisa estão a queima de coco inteiro nos quatro estados de atuação do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Côco Babaçu; a derrubada, desmatamento e envenenamento de palmeiras (principalmente as jovens, chamadas pindovas); o aparecimento da figura do catador remunerado a serviço de empresas; a presença de cercas elétricas e de búfalos na Baixada Maranhense; e o surgimento do barracão, com a venda do coco inteiro.

As informações vivenciadas pelas comunidades de quebradeiras ao longo de uma vasta região precisavam de uma equipe para serem sistematizadas. O professor Alfredo Wagner, antropólogo há muitos anos envolvido com esse segmento social, é também autor de um clássico sobre a questão fundiária na Amazônia (A Guerra dos Mapas) e esteve presente na assembléia geral da Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico), em março de 2005, alertando:

— O modelo econômico encaminhado para grande parte da Amazônia pelo agronegócio e grandes empresas aponta para um retrógrado sistema de plantations, onde toda a riqueza cultural das comunidades pode ser reduzida a uma prestação de trabalho para grandes sistemas de grãos, biodiesel ou atividades predatórias ao meio ambiente.

São notícias de uma guerra ecológica, nome alegórico mas muitas vezes literal, que agora surge com detalhes em um livro e em uma campanha liderada pelas sonoras e ativas mulheres da zona dos cocais.

— Esperamos com essa campanha sensibilizar a todos para o maior respeito à mulher extrativista, trabalhadora rural, mãe, esposa e chefe de família - afirma Maria Adelina de Sousa Chagas, a Dada, coordenadora do MIQCB. (Adital- Agência Info Frei Tito p/ América Latina, 19/10)

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