A morte do ciclista e pró-reitor de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Antônio Carlos Stringhini Guimarães, 53 anos, deverá acelerar os planos de se implantar vias seguras para bicicletas na Capital. A cidade planeja adotar um Plano Diretor Cicloviário, que contemplará quem pedala para ir ao trabalho ou se divertir.

No início de novembro, a prefeitura deverá lançar a proposta de licitação para contratar a empresa que planejará o sistema de ciclovias. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Luiz Afonso Senna, lembra que a ciclovia é uma exigência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ao financiar a Terceira Perimetral, o BID exigiu vias para bicicletas.

Também secretário de Mobilidade Urbana, Afonso Senna diz que o plano não inviabiliza a ciclofaixa Caminho dos Parques. Inaugurada em setembro de 2001, interliga quatro parques da Capital com a orla do Guaíba. A rota de cinco quilômetros, que fica liberada do estacionamento de veículos para os ciclistas somente em domingos e feriados, está com a pintura gasta em diversos pontos. A faixa também é freqüentemente desrespeitada pelos condutores de veículos, que estacionam sobre a ciclovia em ruas como República, João Telles e Vasco da Gama. Mas Senna considera que o Caminho dos Parques, apesar das deficiências, poderá se integrar ao futuro sistema.

Um grupo de estudos da prefeitura concluiu o chamado termo de referência, que deverá balizar a concorrência pública. A empresa que vencer receberá R$ 450 mil para traçar o Plano Diretor Cicloviário e um projeto de ciclovia, de no mínimo 10 quilômetros. Será a primeira de uma série.

Não há definições, mas as avenidas Ipiranga e Edvaldo Pereira Paiva (também conhecida por Avenida Beira-Rio) seriam apropriadas para ciclovias. Foi na Beira-Rio que o pró-reitor morreu atropelado por um Corolla na manhã de sábado. (ZH, 25/10)