Variedade de árvores nos bosques influi na absorção de carbono, diz pesquisa
2005-10-24
A variedade de árvores em um bosque tropical pode afetar a quantidade de carbono atmosférico que a superfície terrestre sob a qual crescem é capaz de absorver. Uma equipe de investigadores da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, demonstrou que essa função de armazenamento inerente aos ecossistemas está variando por causa do extermínio de espécies que se registra há anos.
Os resultados estão em um novo estudo científico realizado por pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido, que acaba de ser publicado na revista Science. A pesquisa revela pistas sobre o enorme impacto que poderia haver o declínio de espécies na biodiversidad dos bosques tropicais, algo de que apenas tem-se conheimento científico e que estaria vinculadocom o aquecimento global do planeta.
Os cientistas sabem que a biodiversidade dos bosques tropicais está caindo, mas desconhecem seus impactos sobre as funções do ecossistema, como o armazenamento de carbono atmosférico. Eles crêem que o potencial terrestre para seqüestrar carbono da atmosfera poderia se alterar em grande medida em razão das mudanças na composição das espécies dos bosques tropicais.
Em sua pesquisa, os cientistas simularam modelos de trabalho a partir de supostras extinções de espécies em uma floresta tropical, o que lhes permitiu estabelecer muitas combinações e composições de resultados, sob distintos cenários, assim como explorar as diferentes possibilidades de armazenamento de carbono pela superfície terrestre com massa florestal. Eles também simularam esses efeitos retirando em seus moelos espécies com alta probabilidade de extinção, como as de escassa densidade de população, e substituíram as que foram eliminadas com mostras aleatórias de comunidades naturais restantes.
Segundo seus resultados, dependendo do cenário de extinção considerado, as proporções de armazenamento de carbono por parte da superfície terrestre com massa arbórea variavam até mais de 600%. Os métodos de pesquisa da equipe poderiam adaptar-se a outros ecossistemas forestais, segundo os autores do tabalho, com implicações para a conservação, a restauração e a gestão de florestas tropicais, que são a chave para o conhecimento das conseqüênciasda emissão de gases de efeito estufa. (Fonte: El Mundo, 20/10)