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2005-10-24
Por Patrícia Benvenuti
A Semana Mundial da Alimentação terminou sábado (22/10) na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul com o seminário Há interesse social na transgenia em alimentos? . Na sexta-feira (21/10), foi apresentado o painel Influência econômica e política da transgenia em alimentos na soberania nacional , com o objetivo de analisar os impactos dos OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) nos alimentos e a participação da sociedade nas questões de biossegurança.

— Ligar à transgenia à economia e ao ambiente é a tendência predominante, mas não podem ser esquecidos os aspectos sociopolíticos-, afirmou a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Escola Nacional e da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Lavinia Pessanha. De acordo com ela, as empresas e as organizações científicas detêm o controle sobre as pesquisas e seus resultados, deixando de fora, muitas vezes, a sociedade e o próprio Estado.

Lavinia expôs a situação atual dos OGMs e da mobilização referente à sua utilização não apenas no Brasil, mas em nível mundial. Entre os favoráveis, destaca a especialista, estão as empresas produtoras de sementes, agremiações científicas e ONGs (Organizações Não-governamentais) de advocacy . Do lado oposto, ONGs contrárias à idéia (a maior parte formada por ambientalistas), consumidores, agricultores não-convencionais e agremiações também ligadas à ciência.

Como a ciência desenvolve um papel fundamental nesse caso, a painelista levantou um ponto fundamental. A esmagadora maioria dos pesquisadores frisa que os estudos que desenvolve não têm envolvimento algum com entidades, sejam governamentais ou privadas. Entretanto, Lavinia destaca que muitas dessas pesquisas são financiadas por empresas diretamente envolvidas nos resultados, o que deixa um alerta no ar.

Prova disso aconteceu no IV Congresso Brasileiro de Biossegurança, realizado em Porto Alegre no final de setembro último. O economista britânico Graham Brooks, responsável por uma firma de consultoria na Inglaterra defendeu o plantio de transgênicos durante uma conferência para a mídia. Embora negue quaisquer intervenções, o patrocinador de suas pesquisas é a Monsanto.

A rejeição de varejistas europeus aos OGMs leva processadores e distribuidores de grãos a eliminarem ingredientes do tipo em seus produtos. Com a medida, inúmeras empresas divulgam para a mídia, através de rotulagem ou mesmo de propagandas, a eliminação desses genes. Porém, é preciso estar mais uma vez atento. — Parte-se do princípio de que as empresas não mentem, mas é preciso verificar bem-, enfatiza a professora.

Para assegurar a competitividade no mercado de exportação de sementes, é necessário que o Brasil adote políticas como a garantia de uma carga de produtos diferenciados – transgênicos e não-transgênicos – que atenda às demandas atuais. Quanto à coexistência das produções, Pessanha conclui que é tecnicamente impossível, defendendo o estabelecimento de zonas agrícolas e áreas livres.

O gerente de Recursos Genéticos do Ministério do Meio Ambiente e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Rubens Onofre Nodari, por sua vez, enfatizou a necessidade do país preservar sua agrobiodiversidade . Como exemplo da importância desse bem, citou a riqueza dos nutracêuticos – substâncias que compõem determinados alimentos – na natureza brasileira. Um ser humano, por exemplo, pode obter mais valor energético com um camu-camu (arbusto de pequeno porte) do que com os tradicionais tomates, laranjas e outros vegetais geralmente consumidos no cotidiano.

Com a intenção de cuidar do patrimônio ecológico nacional, foram criados os Cimas (Centros Irradiadores de Manejo da Agrobiodiversidade). A iniciativa do Ministério do Meio Ambiente é apoiar as comunidades que sobrevivem basicamente com recursos naturais, garantindo-lhes sustentabilidade econômica, política, social, cultural, ecológica e ainda ética. – Isso possibilita um diálogo entre os arrogantes cientistas e o saber popular. Quando se fala em alimentação, é preciso levar em conta que não existe só a ciência-, argumenta.

A realização imediata de mais pesquisas e de vigilância, tanto por parte do governo quanto da população é o caminho, conforme os especialistas, para que a alimentação no Brasil não sofra os impactos de uma tecnologia descontrolada. Os resultados da transgenia mal aplicada podem comprometer a sociedade, que se beneficia cada vez menos, de acordo com Nodari, dos recursos que o país oferece.

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