Mapa do Ártico desaparece, área de exploração de petróleo aumenta
2005-10-24
Os mapas são importantes, pois marcam divisas, fronteiras. Assim, é natural que o Congresso tenha diligência com eles, pois eles foram importantes na última batalha pela luta do Refúgio da Vida Selvagem do Ártico, a fim de requerer-se a adesão legal desta área ao mapa dos Estados Unidos em 1978. Mas agora parece que os mapas dessa área se foram, não há cópias, nem versões digitalizadas.
Um mapa de escala 1:250.000 que delineava a tundra na área que marca uma das maiores controvérsias do último quarto de século estava armazenado num gabinete, sala fechada, em Arlington, até o final de 2002. No final de 2003, ele desapareceu. Existem apenas algumas fotografias dele. Isto tem conseqüências muito sérias e reais. A Agência de Investigações Geológicas dos Estados Unidos delineou um novo mapa. Na quarta-feira (19/10) passada, o Comitê de Energia do Senado aprovou uma medida baseada nesse novo mapa, abrindo uma área de 1,5 milhão de ares à exploração de petróleo no refúgio do Ártico.
O mapa perdido parecia não incluir no terreno costeiro centenas de milhares de acres de terras nativas do Alasca. No novo mapa, essas terras foram incluídas, o que tornou mais fácil argumentar favoravelmente à abertura da área para o desenvolvimento energético. A medida está marcada para ser votada no mês que vem.
–As pessoas têm me perguntado várias vezes se eu penso que tudo isto é intencional, afirma Doug Vandegraft, cartógrafo do Serviço de Pesca e Vida selvagem, que foi a última pessoa a ver o mapa original. –Eu espero que não, por Deus. Sou capaz de dormir à noite porque não penso que foi algo malicioso–, assinala. Vandegraft disse que dobrou o mapa ao meio, colocou-o num compartimento do gabinete e trancou a sala por segurança.
O fato indignou muitas pessoas. A conselheira legislativa do Departamento de Interior, Jane M. Lyder, diz que o novo mapa causa alguns questionamentos. –É um tipo de questão muito circular–, afirma. –Modificar o traçado do mapa é muito fácil–, completa. (NY Times, 23/10)