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2005-10-21
Ativistas do Greenpeace escalaram ontem (20/10) a fachada do Museu Nacional Reina Sofia, em Madrid, na Espanha, para abrir um banner denunciando o uso de 6 mil m2 da madeira amazônica jatobá nas obras de ampliação do Museu. A madeira que agora decora pisos, divisórias, forro e prateleiras do prédio, projetado pelo badalado arquiteto francês Jean Nouvel, foi extraída na região de Altamira, no Pará, por madeireiras envolvidas em ilegalidades e desmatamento. Para completar, a empresa Dragados, responsável pela obra, pertence ao grupo ACS – (Actividades de Construción y Servicios), e tem como presidente Florentino Perez (58), também presidente do time de futebol Real Madrid. Várias faixas foram abertas dentro e fora do museu, por 41 ativistas.

O Greenpeace entregou o relatório Crime no Museu às autoridades e empresas espanholas. O texto descreve a fragilidade dos documentos oficiais apresentados por empresas de países produtores e a necessidade de normas mais rígidas para evitar a entrada de madeira predatória e ilegal na Europa.

O Reina Sofia, de 84 mil m2 é o mais importante museu de arte contemporânea da Espanha e abriga obras famosas como o Guernica de Picasso. As obras da expansão, inauguradas no último dia 26 de setembro, duraram três anos. O jatobá foi utilizado nas salas de acervo, nos salões de exibição e até mesmo nos escritórios do novo prédio.

O relatório lançado hoje na Espanha revela toda a cadeia de comercialização da madeira utilizada no Museu e mostra que compromissos ambientais assumidos por grandes grupos coorporativos e governos não são verdadeiros. A empresa Dragados comprou a madeira da empresa Maderas Besteiros, tradicional importadora de madeira da Amazônia brasileira. Três empresas do Pará venderam a madeira que decora o Museu na Espanha: Madeireira São Marcos Ltda. de Uruará, Hélio Lorenzoni ME. (com o nome fantasia de Serraria São José) e Madeireira Santa Clara Ltda, todas de Altamira e de membros da família Lorenzoni. Mesmo com a falta de estrutura do Ibama e da polícia ambiental do Pará, as empresas que forneceram a madeira chegaram a ser flagradas várias vezes com madeira ilegal, nas poucas operações que aconteceram na região no período.

Estudo recente do Imazon (Instituto do Meio Ambiente e do Homem da Amazônia), aponta que o volume de toras destinada a serrarias e laminadoras em 2004 na região foi de 24,6 milhões de metros cúbicos. Comparando com o autorizado para exploração pelo Ibama e os órgãos estaduais encontramos que 59 % foi ilegal. —Se considerarmos que muitos planos de manejo autorizados também não cumprem todas as normas, a estimativa de madeira ilegal gira entre 60 a 80% -, disse Marcelo Marquesini, engenheiro florestal da Campanha da Amazônia do Greenpeace que participou da ação em Madrid.

— Com estes números, o histórico das empresas fornecedoras e a fragilidade do sistema de controle da produção de madeira adotado pelo governo brasileiro, não há como garantir que a madeira utilizada no Museu seja legal, que não tenha sido esquentada -, complementou Marquesini.

A Madeireira São Marcos situada em Uruará na rodovia Transamazônica está em nome de Valber Falqueto e foi multada 4 vezes entre 2002 e 2004 por beneficiar madeira sem documentação e manter em seu pátio madeira ilegal. Uma multa de agosto de 2004 está relacionada a 441 m3 de jatobá ilegal em seu pátio, a mesma espécie exportada para a Europa para uso no museu. Hélcio Lorenzoni ME e a Madeireira Santa Clara Ltda. estão situadas no mesmo endereço em Altamira e pertencem ao mesmo proprietário, Paulo Lorenzoni. Estas empresas também foram multadas entre 1998 e 2004 por obter, processar e transportar madeira sem documentação.

Internacionalmente, o Greenpeace exige dos países da União Européia a adoção de medidas mais sérias contra a importação de madeira ilegal facilmente esquentada nos países produtores. Para as empresas exportadoras e importadoras somente a comercialização de madeira certificada pelo FSC – um mecanismo não governamental e independente - pode garantir a origem não predatória e legal da madeira. No Brasil, o Greenpeace solicita a presença permanente do governo para garantir um mínimo de governança e cumprimento da legislação ambiental na Amazônia, o que não acontece hoje. (Com informações do Greenpeace)

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