Seminário discute loteamentos irregulares em Campo Bom
2005-10-21
A divisão irregular de loteamentos foi tema do 3º Seminário Regional Sobre o Uso do
Solo Urbano e Rural realizado quarta-feira (19/10) à tarde na Câmara de Vereadores de Campo
Bom. O presidente do Colégio Notorial do Brasil, Flávio Fischer, abriu a programação
falando sobre a necessidade de um trabalho conjunto, envolvendo Estado, cartórios e
Ministério Público. – Primeiro queremos atacar os infratores. E, no futuro, projetar
uma melhor qualidade de vida-, salientou Fischer, referindo-se à demanda de
infra-estrutura.
O evento foi baseado em suas duas edições anteriores, ambas promovidas em Novo
Hamburgo, quando o município conseguiu formatar leis locais para evitar especuladores
imobiliários irregulares na área rural.
O promotor público de Campo Bom, Rafael Russomanno Gonçalves, assistiu às palestras
e informou que, atualmente, existem seis inquéritos civis no Ministério Público
referentes à ocupação irregular de loteamentos rurais e cooperativas habitacionais.
Outro levantamento, esse da prefeitura, aponta a existência de 18 áreas irregulares.
No entanto, não há uma estimativa do espaço ocupado. – Nossa preocupação é alertar
as pessoas que compram esses imóveis, pois depois elas não vão conseguir ter suas
matrículas. Em geral, quem adquire é vítima do loteador-, constata Gonçalves.
MEIO AMBIENTE - O representante da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam),
Jackson Müller, abordou a fiscalização e controle ambiental em áreas rurais e falou
de sua experiência no caso de Novo Hamburgo. – Percebemos uma proliferação do
fracionamento de terras na área rural e fomos atrás de um mecanismo que controlasse
esses desmembramentos-, disse Müller. Entre os critérios para o procedimento regular,
citou um mapeamento da área, com a relação de arroios ou matas nativas existentes.
Conforme comenta a coordenadora de Meio Ambiente de Campo Bom, Gisela Maria de Souza,
além das questões legais, existe também a preocupação com o meio ambiente, pois
nesses espaços habitados de forma inadequada também há geração de lixo e esgoto e
agressão direta aos recursos naturais.
O seminário ainda contou com palestras de representantes da Fundação Estadual de
Planejamento Metropolitana e Regional (Metroplan), Cláudio Mainieri de Ugalde; da
Emater, Claudinei Moisés Baldissera; e do Ministério Público, Sandro de Souza
Ferreira. No final do evento, foi assinado um protocolo de intenções que será
distribuído aos municípios da região, difundindo a preocupação existente com
loteamentos irregulares. O documento deve ser entregue para prefeituras, cartórios,
Fepam, Metroplan e Ministério Público. (Jornal NH, 20/10)