Pesquisador da UFRGS recebe prêmio por Moradias Sustentáveis
2005-10-20
O pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Miguel Aloysio Sattler recebe hoje (20/10) o Prêmio Ciência e Tecnologia Mário Schenberg, oferecido pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
A premiação é um reconhecimento pelas pesquisas de Sattler em tecnologias para moradia popular ambientalmente sustentável. Ele coordena o Projeto Casa Alvorada, desenvolvido por técnicos do Programa de Pós-Graduação da Escola de Engenharia da Ufrgs. Um protótipo da casa sustentável foi implantado em Porto Alegre, em 2001, no Campus do Vale da UFRGS, onde permanece aberta à visitação pública, próximo ao pórtico do campus.
Sattler, engenheiro civil e agrônomo, informa que o projeto iniciou em 1995. O primeiro protótipo foi construído em 1997, no município de Alvorada. A seguir, outras oito unidades foram construídas em Nova Hartz. O grupo de técnicos oferece informações a prefeituras interessadas no projeto.
Mutirão
O pesquisador explica que os materiais para a construção da habitação de 48 metros quadrados custam em torno de R$ 15 mil. Quanto à mão-de-obra, o custo é variável, já que a moradia foi concebida de modo a permitir sua construção em regime de mutirão pelos
futuros moradores.
— O objetivo é testar e desenvolver estratégias e materiais que resultem em moradias cada vez mais sustentáveis e que estejam ao alcance da população de baixa renda-, aponta.
Critérios como baixo gasto de energia, não-toxidade e a disponibilidade local definem o tipo de material a ser empregado. No protótipo construído no campus, madeira de eucalipto de reflorestamento é utilizada nas janelas e portas, cujo tratamento para conservação é feito com produto não-cancerígeno. Outra estratégia largamente utilizada é a reciclagem e a reutilização. Assim foram obtidas a madeira das vigas da cobertura e as pedras das fundações.
Conforto
— É grande a importância dada ao conforto dos moradores-, explica o pesquisador. Assim, o projeto da habitação leva em conta a orientação solar e a inclinação do telhado, proporcionando iluminação e ventilação naturais. Outra prioridade é a energia, gerada a partir da luz solar e de biomassa (lenha). Para aquecimento da água, foi desenvolvido coletor de energia solar de baixo custo (R$ 200,00) e um fogão a lenha que, no inverno, além de proporcionar mais conforto, ajuda a esquentar a água por meio de uma serpentina.
Os técnicos desenvolveram um mecanismo que capta a água da chuva para uso na descarga dos sanitários e para irrigação. —Também conceberam um sistema eficiente para tratamento do esgoto que devolve ao ambiente água mais limpa do que a dos arroios locais, conclui. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Porto Alegre)