Hidrelétricas têm mais prazo para conseguir a licença ambiental
2005-10-20
O governo federal tenta um último esforço para conseguir garantir o sucesso do leilão
de novos empreendimentos energéticos, previstos para o dia 15 de dezembro. Uma série
de medidas adotadas nos últimos dias deverá garantir oferta de energia suficiente, no
leilão, para evitar desabastecimento no Sistema Interligado Nacional entre 2008 e
2010. Além de dilatar para o início de dezembro o prazo para entrega das licenças
ambientais das usinas, o governo também permitirá a participação das termelétricas
emergenciais na disputa.
Apesar do esforço, o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício
Tolmasquim, admitiu ontem (18/10) que o governo já trabalha com uma oferta menor de
usinas hidrelétricas no próximo leilão. Das 17 originalmente previstas, com
capacidade para gerar 2,8 mil megawatts (MW), apenas 13, com capacidade para 2 mil
MW, deverão estar aptas, segundo ele, a participar.
Com relação ao prazo para as licenças Tolmasquim anunciou que, em vez do próximo dia
24, quando será publicado o editar da concorrência, os candidatos que ainda não
dispõem desses documentos poderão apresentá-los até dez dias antes do leilão. Ontem
(18/10), o presidente do EPE também anunciou a publicação, provavelmente amanhã
(20/10), de uma portaria do Ministério de Minas e Energia que garantirá a mudança
dos índices de reajuste dos contratos das usinas termelétricas que participarão do
leilão.
A portaria, que atende ao pedido dos proprietários dessas usinas, garante, por meio
de uma fórmula paramétrica, apenas o reajuste da parcela de custos do óleo. Os
proprietários reclamavam que, diante da volatilidade dos preços do petróleo, ficaria
difícil prever os custos das usinas nos próximos 15 anos de contrato.
Diante disso, a EPE decidiu garantir índices de indexação diferentes para as usinas
de biomassa e carvão mineral – cujos contratos serão reajustados pelo IPCA –; gás
natural incluídas no Programa Emergencial de Termelétricas (PPT), que terão
parcela dos contratos corrigidos pelo IGP-M; novas usinas termelétricas a gás, que
também terão parcela dos contratos corrigida pelo IPCA.
As usinas de óleo diesel e combustível terão seus contratos reajustados a partir de
uma fórmula que leva em consideração a média dos preços internacionais dos óleos
nacional e importado no último trimestre de cada ano.
Tolmasquim disse, ainda, que o despacho 1.586 de 14 de outubro de 2005, publicado
na última sexta-feira (14/10) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
garantirá as condições para pré-qualificação das termelétricas emergenciais para o
leilão de dezembro. Essas usinas serão agregadas à já extensa lista de 258
empreendimentos que solicitaram a pré-qualificação à EPE. Ao todo, esses
empreendimentos respondem por uma capacidade de mais de 63 mil MW de geração. (GM,
19/10)