Fiscais flagram megadesmatamento no Pará
2005-10-19
A maior devastação e incêndio dos últimos anos da floresta amazônica para criação de pasto para o gado foi descoberta por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e homens do Exército na Terra do Meio, no sudoeste do Pará, e Cumaru do Norte, no sul do Estado: 100 mil campos de futebol, equivalente a 20 milhões de árvores.
Em três meses de operação nos municípios de São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso, os fiscais constataram a megadevastação que pode ser observada por satélite.
Os fazendeiros já foram identificados e devem receber nos próximos dias a notificação das infrações para que recolham aos cofres federais R$ 100 milhões em multas. (Agência Estado, 18/10)
Fazendeiros desmatam e queimam reserva
Fazendeiros de São Félix do Xingu, no sul do Pará, invadiram parte da reserva dos índios caiapós e estão implantando fazenda de gado no local. Onze pontos de desmatamento, segundo constatado durante sobrevôo de helicóptero na área, foram abertos pelos invasores. Os índios pediram a interferência da Fundação Nacional do Índio (Funai), anunciando que estão mobilizando seus guerreiros para expulsar os fazendeiros de qualquer maneira de suas terras.
Até uma área do rio Xingu, que secou devido a estiagem, foi aterrada para que os fazendeiros pudessem passar com o gado para dentro da reserva indígena. O clima é muito tenso na área. A Funai vai pedir para a Polícia Federal entrar no caso para evitar mortes entre os índios e os invasores.
De acordo com a Funai, a chegada dos invasores à reserva foi descoberta há 15 dias. Havia muitas pessoas contratadas pelos fazendeiros para derrubar a mata e criar pasto para o gado. As áreas já desmatadas estão localizadas entre os rios Xingu e Fresco. Os índios denunciam que tudo foi queimado para o plantio de capim.
Para chegar às terras indígenas, os invasores chegaram a aterrar dois pontos do rio Fresco, o que facilitou o ingresso de homens e do gado bovino. Os líderes indígenas acusam fazendeiros e grileiros de terras de São Félix do Xingu de terem se organizado para invadir a reserva, acreditando que jamais serão punidos.
Ontem, temendo que ocorra um confronto armado entre índios e invasores, a Funai pediu ajuda às autoridades de Brasília. Um segundo apelo foi endereçado à Polícia Federal de Redenção para que promova uma operação na área com o objetivo de retirar os invasores. (O Liberal/PA, 18/10)