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2005-10-19
Um plano piloto elaborado na segunda-feira (17/10) por entidades e governos deve traçar as primeiras ações para preservação e recuperação do Aqüífero Guarani. As ações integram o Programa Pró Rio Uruguai e Aqüífero Guarani, desenvolvido de forma integrada entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Hoje, uma das grandes preocupações e que deve tornar-se pauta para as primeiras ações é a poluição hídrica causada por dejetos animais. Um levantamento feito pela Epagri aponta que somente em solo catarinense são produzidos diariamente 40 mil metros cúbicos de dejetos. Pesquisas desenvolvidas por entidades parceiras devem nortear os trabalhos.

As primeiras ações devem ser concentradas na Bacia do Rio Uruguai, que agrega 149 municípios catarinenses. Um dos coordenadores das atividades, Idelvino Furlanetto diz que ainda não há prazos para inicio das atividades. Para desenvolver as primeiras ações, integrantes do programa farão um projeto que será encaminhado ao BID. Se a proposta for aprovada, devem ser destinados US$ 600 mil ao grupo. Os recursos custearão as ações. O relatório deve ser entregue ao banco até o dia 15 de novembro. O Aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames de basalto. A espessura total do aqüífero varia de valores superiores a 800 metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia. Considerando uma espessura média aqüífera de 250 metros e porosidade efetiva de 15%, estima-se que as reservas permanentes do aqüífero (água acumulada ao longo do tempo) sejam da ordem de 45.000 km³.

O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do lazer. Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explorável sem riscos para o sistema aqüífero. (Diário da Manhã, 18/10)

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