Rigotto aposta no carvão gaúcho como fonte alternativa de energia
2005-10-19
A consolidação do uso do carvão como fonte alternativa de energia deverá ficar marcada como uma das grandes realizações do Governo Germano Rigotto. Esta determinação foi ressaltada, ontem (18) pela manhã, em reunião realizada pelo governador na Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, com o secretário Valdir Andres e representantes dos três órgãos vinculados à pasta: a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Rio-Grandense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). O encontro fez parte da seqüência do balanço que o governador vem fazendo, em cada secretaria, dos projetos já concluídos e dos que estão em andamento.
Para Rigotto, o investimento em termelétricas a carvão significa sair à frente na solução de problemas futuros com a falta de energia hídrica. — Já temos a energia eólica e, diante da perspectiva da necessidade que o Brasil terá de mais geração de energia, queremos aproveitar este momento para apostar no carvão dentro da matriz energética nacional. Há um espaço enorme para isso-, enfatizou.
Projetos
Por intermédio da Secretaria da Energia, o Governo do Estado executa quatro projetos de usinas a carvão. São elas as termelétricas Seival (em Candiota), Jacuí I (em Charqueadas), Candiota III (também em Candiota) e CTSul (em Cachoeira do Sul). Já foram investidos no total US$ 190 milhões. A Seival terá potência de 500 megawatts (MW) e aplicação de US$ 830 milhões. Durante o período de construção, vai oferecer 2,5 mil empregos diretos e 2,7 mil indiretos e, a partir da entrada em operação, terá 500 vagas.
Segunda (17), o presidente da Copelmi Mineradora (empresa já habilitada a participar do leilão de energia), César Faria, comunicou ao governador que o projeto conta com a parceria da Construtora Andrade Gutierrez e da empresa americana MDU Resources. O leilão para energia nova da Seival está previsto para 16 de dezembro. A partir daí, a usina seria concluída em aproximadamente três anos e passaria a gerar energia em janeiro de 2010.
A termelétrica Jacuí I terá potência de 350 MW e investimento US$ 170 milhões. Já está habilitada a participar do leilão de energia a empresa Eleja S/A. Também com 350 MW de potência prevista, Candiota III deverá receber US$ 260 milhões para as obras. Está habilitada para o leilão a CGTEE. Em fase de licenciamento ambiental para habilitação ao leilão de energia, a CTSul contará com 650 MW e investimento de US$ 698 milhões. Segundo Rigotto, projetos importantes como esses dependem apenas de incentivo à utilização do carvão para seguir adiante. — Nunca estivemos tão próximos de ter o carvão do Rio Grande do Sul como fonte de termeletricidade e, com a possibilidade que se abriu, vamos trabalhar com firmeza para garantir o aproveitamento-, afirmou.
Atualmente, a capacidade instalada de energia no Rio Grande do Sul é de 4.141 MW. Até o final de 2007, deverá estar em 6.179 MW. A principal contribuição para o incremento é esperada justamente das fontes alternativas, que, de acordo com prognósticos da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, vão aumentar sua participação na matriz energética gaúcha de 3% para 9%. Com a conclusão dos cinco parques de energia eólica em construção – três em Osório, um em Tramandaí e outro em Palmares do Sul –, o Estado ganhará mais 227,5 MW. O investimento nas usinas, incluídas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), da Eletrobrás, totaliza R$ 1,2 bilhão.
Hoje, o Rio Grande do Sul importa aproximadamente 40% da energia consumida. Ao assumir o Governo do Estado, uma das metas de Rigotto foi trabalhar para que o Estado venha a se tornar auto-suficiente na produção energética. Além dos projetos envolvendo fontes alternativas, estão em andamento outros 15 para geração de energia hídrica – entre os quais oito pequenas hidrelétricas. (Secretaria de Minas e Energia do Estado, 18/10)