Catadores de São Paulo lançam central de cooperativas de coleta seletiva
catadores de lixo
2005-10-19
Catadores de materiais recicláveis das cidades de São Paulo, São Carlos, Diadema e Piracicaba lançam hoje (19/10), em São Paulo, a Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis de São Paulo (Centcoop). Organizados, os catadores poderão conseguir volume de recicláveis suficiente para negociar diretamente com as indústrias transformadoras. A expectativa é que a renda média dos catadores que hoje gira em torno dos R$ 400, dobre em um ano. O lançamento da Centcoop implica na constituição formal da Central de Cooperativas. As atividades estão previstas para começar ainda neste ano.
A previsão é que a Central comece a operar com um volume de 700 toneladas de materiais reciclados por mês. Com isso, o quilo do PET, por exemplo, que atualmente é vendido por R$ 0,80, poderá ser negociado por até R$ 3,0. O resultado das vendas será dividido pelas cooperativas, proporcionalmente à arrecadação dos materiais. Cerca de 300 catadores cooperados vão participar da Central.
— Os catadores são empreendedores em potencial, que podem sair da situação de risco de exclusão com iniciativas como essas-, diz o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena. O projeto Centcoop conta com a pareceria da Fundação Banco do Brasil, Fundação Unitrabalho, Universidade Solidária, Organização Intereclesiástica para a Cooperação ao Desenvolvimento (Icco), Financiadora de estudos e projetos (Finep) e Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste de São Paulo. O investimento no programa é de R$ 2 milhões.
Além de eliminar a atuação dos atravessadores, a central tem o objetivo de agregar valor a alguns dos materiais coletados. — O plástico que hoje é apenas prensado para ser vendido vale muito mais se for selecionado, lavado e picado -, exemplifica o coordenador do Centro de Referência em Geração de Renda e Gestão de Resíduos da Unitrabalho, Nazem Nascimento. Já o papel pode ser separado por qualidade. As atividades da cooperativa devem ter início ainda neste ano, mas os processos de seleção que resultarão em um produto com maior valor agregado só deverão se incluídos a partir do próximo ano. (Com informações da Lide Comunicação)