Ministros da área ambiental da União Européia conclamaram, na segunda-feira (17/10), países de todo o mundo para planejarem estratégias de luta contra a mudança climática após 2012, mas ativistas afirmam que o bloco deve ser mais claro sobre o ritmo do progresso. A União Européia, que ajudou a assegurar suporte ao tratado internacional de mudança climática conhecido como Protocolo de Kyoto, em vigor desde fevereiro deste ano, espera ter um papel mais decisivo nas negociações sobre o aquecimento global que vão ocorrer no final deste ano, em Montreal, no Canadá.

Conforme os ministros da área ambiental da União Européia, o bloco de 25 nações deverá iniciar um processo com outras a fim de estabelecer um regime para depois de 2012, quando se encerra o período de cobertura do Protocolo de Kyoto. – Ficou claro que o nosso conselho de ministros da União Européia quer ver muitos de nossos parceiros globais como possíveis engajados no diálogo porque, de fato, estamos falando muito sobre algo que é um problema global–, afirmou a ministra do Meio Ambiente da Grã-Bretanha, Margaret Beckett, em uma coletiva de imprensa.

Embora o texto sobre as conclusões do encontro não tenha especificamente mencionado os objetivos da própria União Européia quanto ao corte das emissões de 15% a 30% sobre os níveis de 1990, até 2020, ele trata de um regime de seqüência do Protocolo de Kyoto, que inclui mecanismos de mercado como o comércio de dióxido de carbono, o desenvolvimento de novas tecnologias e tratativas sobre como adaptar-se aos efeitos do aquecimento global.

Beckett informou que o texto deixa flexibilidade para a União Européia negociar em um fórum internacional. A Grã-Bretanha e hoje a líder desse fórum, assumindo a presidência rotativa no âmbito da União Européia.

O grupo ambientalista Greenpeace informou que as conclusões dos ministros não estavam claras o suficiente sobre quando tal acordo seria atingido. –É de interesse da proteção climática e da construção da confiança ao redor do globo que a União Européia seja clara a respeito de sua estratégia. Ela não está sendo -, afirmou o especialista em mudança climática do Greenpeace, Mahi Sideridou, em uma declaração formal. – O texto sobre o processo pós-2012 é vago e ignora a urgência de se adotar um caminho claro, com uma data final para que se completem as negociações –, acrescentou.

O Protocolo de Kyoto – que estabeleceu esquemas para a captura de emissões de gases de plantas fabris, plantas de energia elétrica e de automóveis nas nações desenvolvidas, a fim de controlar o crescimento das temperaturas globais – entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, apesar da não-participação dos Estados Unidos, o maior poluidor global. (Fonte: Planet Ark, 18/10)