China pode emergir como o maior produtor mundial de energia eólica
2005-10-19
O grupo ecológico Greenpeace reclamou, na segunda-feira (17/10), maiores investimentos em turbinas eólicas na China, hoje o maior consumidor mundial de carvão. Segundo a ONG, existe uma meta ambiciosa de tornar Pequim alvo de energia renováveis, de modo que possa emergir como o maior produtor de energia eólica até 2020.
–Precisamos parar de financiar problemas e começar a financiar soluções–, afirmou o ativista Robin Oakley a repórteres a bordo do navio Guerreiro do Arco-íris, operado pelo
Greenpeace, enquanto uma névoa cobria a passagem da embarcação por Hong Kong. –A China tem enormes recursos eólicos... O governo chinês reconhece isto–, assinalou Oakley, anunciando um estudo sobre o potencial eólico chinês ao sul da província de Guangdong, conhecida como um dos maiores centros de manufaturas.
Em fevereiro, o parlamento chinês aprovou uma lei sobre energias renováveis, a qual vai entrar em vigor em janeiro de 2006, estabelecendo tarifas em favor de energias não-fósseis, como a hídrica, a eólica e a solar. Com Pequim visando a construir hidrelétricas de 20 gigawatts de energia eólica até 2020, Graham White, diretor-gerente da Garrad Hassan Pacific Pty Ltd., da Austrália, disse que a China provavelmente irá superar a Alemanha, a Espanha, os Estados Unidos e a Índia como grande usuária de energia eólica.
O gerente da Garrad Hassan, que liderou os estudos para o Greenpeace, disse que o alvo, comparado à capacidade total instalada de energia eólica no mundo, é de 55 gigawatts. –A energia dentro do território chinês será a mais barata fonte entre todas as opções, inclusive considerando as da Europa para o ano 2020... As mesmas vantagens econômicas estão se tornando verdadeiras para a China–, acrescentou White, referindo-se ao estudo de 2003, de responsabilidade do governo do Reino Unido.
Em Guangdong, o governo local estabeleceu seu próprio alvo de chegar a um potencial eólico de 20 mil megawatts, contra os atuais 86 megawatts. O gerente geral da Dan Nan Wind Power Co., de Guandong, Wim Lansink, , calcula que isto vai requerer investimentos de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões. A Shantou Dan Nan é uma joint venture entre a holandesa Nuon e as empresas energéticas da cidade de Shantou. (Planet Ark, 18/10)