Modelo climático prevê mudanças extremas nos EUA em cem anos
2005-10-18
Os Estados Unidos sofrerão, nos próximos cem anos, episódios de ondas de calor e curvas extremas de maior intensidade e freqüência em relação às atuais, segundo estimativas obtidas a partir de um novo modelo climático. Um grupo de especialistas em meteorologia e clima simulou por computador o clima que terá o país e publicou os resultados da pesquisa no último número da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os investigadores, da Universidade de Purdue (Indiana), obtiveram uma imagem com resolução sem precedentes sobre os possíveis efeitos da mudança climática. Conforme eles, as modificações serão progressivas, causando mudanças dramáticas capazes de alterar significativamente a economia norte-americana e a infra-estrutura do país.
O novo modelo climático coloca o sudeste dos Estados Unidos na zona de deserto, com possibilidade de ondas de calor muito mais intensas do que as atuais, apresentando picos de temperaturas extremas, que poderiam aumentar sua freqüência em até 500% no próximo século.
Outro ponto extremadamente quente estaria no entorno da costa do Golfo do México, onde os cientistas prevêem ondas de calor que poderiam ser interrompidas por precipitações muito fortes e abundantes, que se prolongariam durante espaços de tempo inferiores aos atuais.
Com relação ao nordeste dos Estados Unidos, em particular na região leste de Illinois e norte de Kentucky, os verões poderiam ficar mais extensos e quentes, prolongando-se inclusive para além dos meses em que os registros de temperatura são máximos. Em geral, a duração do inverno parece que diminuirá em todo o país, conforme as previsões extraídas desse modelo climático, que é a projeção mais detalhada de que dispõem os cientistas em relação à mudança climática nos Estados Unidos.
Os pesquisadores analisaram áreas de pequeno tamanho, de 25 quilômetros quadrados, que permitiram, por exemplo, distinguir claramente o final do vale central da Califórnia ou da cadeia montanhosa de Sierra Nevada, e observaram um aumento de mais do que o dobro em relação aos atuais níveis de gases de efeito estufa.
(Fonte: El Mundo, 18/10)