ONGs portuguesas criticam corte de 13,3% na despesa do Ministério do Meio Ambiente
2005-10-18
As associações ambientalistas Quercus e Liga para a Conservação da Natureza (LPN), de Portugal, criticaram ontem (17/10) o corte de 13,3% na despesa do Ministério do Meio Ambiente e consideraram –dramática– a nova quebra no orçamento do Instituto da Conservação da Natureza (ICN). De acordo com a proposta de Orçamento de Estado para 2006 entregue ontem (17/10) pelo governo ao Parlamento, o Ministério do Meio Ambiente terá menos 13,3% para gastar em relação a 2005.
O ICN vê novamente em 2006 uma redução no seu orçamento, com menos 5,9% do que em 2005. –É gravíssima a redução do ICN, porque já vinha a acontecer nos últimos anos. Trata-se de um instituto numa situação gravíssima em termos de capacidade de recursos–, comentou o presidente da Quercus, Hélder Spínola.
Também Eugênio Sequeira, presidente da Liga para a Conservação da Natureza (LPN), considerou –dramática– a situação do ICN. –Parece-me muito mal que a verba do ICN tenha sido reduzida. É uma situação dramática para o país. É uma entidade que tem um descrédito total junto da população e isso reflete um descrédito da própria conservação da natureza–, destacou.
Embora ressalvando que ainda precisa de conhecer em detalhe a proposta de Orçamento de Estado, Eugênio Sequeira adiantou que –este orçamento parece mostrar que, mais uma vez, as questões ambientais são as mais afetadas–.
Hélder Spínola salientou que a redução do orçamento para o Ministério do Ambiente não permite prever um melhor combate aos problemas ambientais do país. –Mais uma vez, há a constatação da diminuição dos recursos que seriam essenciais para corrigir problemas que se arrastam há anos. Desta forma, não se vislumbra uma alteração da situação dos problemas ambientais–, concluiu. (Ecosfera, 18/10)