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2005-10-17
A primeira usina brasileira a produzir energia a partir das ondas do mar pode ser construída no Ceará. É que a Eletrobrás vem desenvolvendo em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) um projeto, cujos primeiros módulos da unidade geradora devem ser implantados já no início de 2006. No total, a usina anunciada na sexta-feira (14/10) terá 20 módulos com capacidade instalada de 500 kW.

No mês passado, a equipe da Engenharia da UFRJ instalou uma plataforma metálica para a medição da energia das ondas do mar. O projeto, desenvolvido no Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) do instituto, utilizará uma câmara hiperbárica, equipamento que simula ambientes marinhos de alta pressão para produção de jatos dágua. Segundo o pesquisador Paulo Roberto da Costa, que desenvolve sua tese de doutorado na UFRJ, a câmara será instalada sobre o quebra-mar do Porto do Pecém, a 60 km da capital Fortaleza, e será capaz de produzir jatos equivalentes a uma queda d´água de 500 metros de altura, superior a de uma hidrelétrica convencional.

A Eletrobrás financiará o projeto, que terá investimentos da ordem de R$ 3,4 milhões. Esse recurso será destinado para a construção, instalação e monitoramento dos módulos da usina, que será feito por dois anos. De acordo com o presidente da empresa, Aloisio Vasconcelos, a busca por outras fontes de energia faz parte dos planos. — Precisamos ter coragem de acelerar as pesquisas de energia distribuída e procurar novas formas de geração. Temos que inserir na matriz energética brasileira todas as alternativas energéticas. O projeto do Ceará não é um sonho, já é uma realidade-, ressalta.

O governo do estado do Ceará e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também são parceiros na construção do projeto. A usina de ondas possui um sistema modular que opera com base em flutuadores acoplados a uma estrutura articulada em forma de viga com 22 metros de comprimento. Os flutuadores acionam as bombas hidráulicas que, por meio de movimentos alternados, injetam água numa câmara hiperbárica conectada a um acumulador hidro pneumático.

Potencial da costa brasileira
De acordo com estudos preliminares realizados por pesquisadores da UFRJ, o litoral brasileiro tem potencial para suprir 15% do total de energia elétrica consumida no país, hoje em torno de 300 mil GWh/ano. Para se ter uma idéia, o potencial instalado da mega-hidrelétrica de Itaipu gira em torno de 12 GW ou 12 mil MW.

Com 8,5 mil km de extensão de costa e cerca de 70% da população brasileira ocupando regiões litorâneas, o Brasil apresenta condições propícias para obter vantagens deste tipo de geração de eletricidade.

A instalação de usinas de energia das ondas do mar teve um grande avanço nos últimos cinco anos em vários países da Europa, na Austrália e no Japão. No Reino Unido, existem sete projetos; dois estão em operação e cinco em estágio avançado de desenvolvimento.

Petrobras também tem projeto
Desde o começo deste ano a multinacional, através do seu centro de pesquisas, o Cenpes do Rio de Janeiro, tenta descobrir o potencial energético de todo litoral brasileiro. Feito o levantamento a empresa poderá escolher de que maneira vai tirar energia elétrica dos mares.

São quatro as possibilidades: através das ondas, das marés, das correntes e por meio de gradiente térmico, que consiste na geração por meio da diferença de temperatura da água. Conforme o engenheiro do Cenpes, Francisco Mateus Miller, além dos futuros pontos de prospecção, a Petrobras estuda também tecnologias para reverter a força do mar em energia. — Existem muitas alternativas que vem sendo utilizadas mundo afora, mas talvez seja necessário inventar alguma que seja mais apropriada às características locais-, explica.

Já foi identificado o potencial de 40 GW no litoral do sul e sudeste. O engenheiro Miller ressalva que ainda é muito cedo para apresentar dados concretos, mas lembra que esse levantamento faz parte de uma estratégia muito bem definida da Petrobras em tornar-se uma empresa também fornecedora de energia.

Esse projeto faz parte do Programa Tecnológico de Energias Renováveis (Proger) criado no ano passado para atuar na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o uso de fontes renováveis, como biodiesel, eólica, solar e eólica e consomem 0,5% do investimento total da Petrobras.

Mesmo em escala mundial a energia dos mares é pouco aproveitada. A maioria das instalações de centrais têm potência reduzida. Basicamente fornecem energia para faróis isolados ou como carregadores de baterias de bóias de sinalização, quase sempre também geradas a partir das marés que são o resultado de uma romântica combinação da natureza: atração do sol e da lua e do movimento de rotação da Terra que leva à subida e descida da água.

Os países mais avançados neste tipo de energia, segundo o engenheiro da Petrobras, são Escócia, Portugal e Dinamarca. Mas é a França que possui a maior e mais desastrosa experiência do ponto de vista ambiental. Os franceses conseguiram a proeza de construir uma dantesca usina em pleno estuário de La Rance , na região da Bretanha. A sua capacidade de gerar até 240 milhões de watts de força é suficiente para uma cidade de 300 mil habitantes, mas pode ter contribuído para arrasar todo um ecossistema.

A obtenção da energia é semelhante ao da energia hidrelétrica, constrói-se uma barragem para formar um reservatório. Quando a maré é alta, ele é enchido pelas águas, quando baixa, é esvaziado para que a água passe por uma turbina em sentido contrário produzindo energia. — É claro que este tipo de tecnologia não passa pelas nossas cabeças-, garante o engenheiro da Petrobras. (Com informações da Eletrobrás)

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