Dono de um Mercedes a diesel, James Nestor, morador da Califórnia, não está mais indo a postos de gasolina para abastecer seu carro, onde pagaria US$ 3 por galão. Ao invés disto, ele visita seu restaurante indiano favorito, no centro de San Francisco, e consegue de graça o óleo velho usado para cozinhar e fritar comidas como batatas fritas e ovos. –Venho aqui todos os dias–, afirma Nestor. –Sei que eles têm a melhor gordura–, acrescenta.

O carro de Nestor queima o mesmo óleo vegetal utilizado na fritura de ovos e batatas do restaurante onde ele almoça diariamente. E não é só ele que mudou de hábito quanto ao abastecimento do carro. Um pequeno, mas crescente número de pessoas, particularmente na área da Baía de San Francisco, sabe que motores a diesel eram originalmente desenhados para operar não com derivados de petróleo, mas com óleo de amendoim.

–Temos rodado com restos de óleo vegetal de um restaurante japonês–, diz outro devoto do combustível biológico, Jill Fuss. –Assim, não temos pago há um ano pelo diesel–, acrescenta.

Brian Friedman e Brooke Stewart fizeram a vida convertendo motores a diesel em outros que rodam à base de vegetais. A conversão requer algumas adaptações como mangueiras a mais, um filtro de combustível maior e um pré-aquecedor para tornar o combustível mais fino antes de injetá-lo no motor. Friedman e Stewart já têm lista de espera de clientes que querem fazer a adaptação. –Não é uma experiência hippie, funciona, e funciona bem– afirmam eles.

O uso diretor de óleo vegetal é diferente do que se conhece como biodiesel, uma mistura de óleo vegetal e álcool que pode ser utilizada em qualquer motor originalmente projetado para ser a diesel. O uso de óleo de cozinha nos carros produz um cheiro como se fosse de comida tailandesa ou mexicana. Esta é uma pequena desvantagem, mas é desconsiderável perto dos US$ 70 que custam hoje um barril de diesel. (ABCNews, 15/10)