A empresa sueco-finlandesa Stora Enso veio ao sul do continente para plantar eucaliptos. Quer comprar 50 mil hectares na Metade Sul e outros 50 mil ha no norte do Uruguai. Outras empresas do setor de celulose e papel, como Aracruz e Votorantim, já plantam eucaliptos na mesma região. A chilena Masisa também quer se instalar no Estado. Em Bagé, foram vendidos 20 mil hectares para novas florestas. Em Rivera e Tacuarembó, no lado uruguaio, foram vendidos quase 50 mil hectares. Haverá, sem dúvida, uma mudança na paisagem sul do Brasil e norte do Uruguai, no cenário e no meio ambiente da região.
Imenso II
No total, podem ser mais de 500 mil hectares de eucaliptos e pinus. O Estado já tem 390 mil hectares de florestas plantadas. Para alguns ambientalistas o eucalipto é o vilão da natureza. Ele é acusado de roubar água da terra, causando sua esterilização, de ser o grande causador do desmatamento de florestas nativas. Arlinda Cézar, do Instituto Venturi, que se preocupa com o meio ambiente, diz que, hoje, a espécie está adaptada ao Brasil, mas faz um alerta.
Imenso III
O que deve ser observado – diz ela - é o respeito ao código florestal, ou seja, as plantações de eucalipto, pinus ou outra cultura exótica, que dispõem de reserva legal e cuidam das áreas de preservação permanente, podem manter grande parte da biodiversidade original e, ainda, promover o desenvolvimento econômico da região. O que não pode continuar ocorrendo é o desmatamento de áreas nativas para o cultivo de monoculturas ou pastagens para criação de animais. Isso sim, é um crime ambiental. Mas o grande vilão desta questão não é o eucalipto e sim a permissividade do poder público. Empresas como a Aracruz garantem que preservam as áreas nativas. (JC, Danilo Ucha, 14/10)