Venezuela desmente que tem intenção de comprar reator nuclear
2005-10-14
O governo da Venezuela desmentiu, terça-feira (11/10), informações sobre sua possível intenção de comprar reator nuclear, embora estude a utilização de energia nuclear para processar petróleo pesado e na área de saúde. No final da semana passada, a imprensa divulgou que a Venezuela teria interesse em comprar da Argentina um reator nuclear de potência média.
–O que estamos fazendo são estudos para avaliarmos se é possível utilizar energia nuclear no processamento de petróleo pesado da faixa petrolífera de Orinoco e também no campo da saúde–, disse aos jornalistas o ministro venezuelano do Interior, Jesse Chacón. –É simplesmente um estudo. Não há sequer um projeto–, assegurou o ministro, após informar que os órgãos responsáveis pelo assunto são a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) e o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Chacón lembrou que a Venezuela foi, em 1955, o primeiro país da América Latina a instalar um reator nuclear, no Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas (IVIC), –que ainda está lá, e todos sabem para que serve–. Diante das especulações de que a Venezuela iria comprar o reator para entrar numa corrida nuclear com o auxílio do Irã, Chacón comentou que o país nunca teve uma vocação agressiva.
–Jamais sairemos de nosso território para atacar alguém. Só lutaríamos para defender nossa soberania caso fôssemos invadidos–, declarou o ministro. –Aqueles que lançaram as bombas em Hiroshima e Nagasaki e que voltaram a utilizar explosivos no Iraque é que parecem ter urânio na cabeça–, disse Chacón, em alusão aos Estados Unidos.
Em resposta a uma pergunta sobre a possível compra do reator pela Venezuela, o governo dos Estados Unidos limitou-se a ressaltar a necessidade de que –todos os países– cumpram o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
O ministro Chacón assegurou que –o perigo atômico não está na Venezuela, mas sim no norte–. (EFE, 11/10)