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2005-10-13
O resto do mundo e mesmo uma pequena parte dos norte-americanos está desconfortável com a presença quase global dos militares dos Estados Unidos. Mas, nos anos futuros, poderá se ver ainda mais disto. As causas serão muito mais relacionadas ao meio ambiente do que ao terrorismo. Apenas pergunte-se às vítimas do terremoto no norte do Paquistão – onde oito helicópteros norte-americanos chegaram há pouco, com suprimentos. A ajuda do comando central militar vai incluir reconhecimento aéreo e equipamento pesado para puxar vítimas.

Com a população global agora chegando a 6 bilhões de pessoas, os humanos que vivem em concentrações urbanas assistem a um número sem precedente de áreas ambientalmente, sismicamente e climaticamente frágeis. O terremoto que ocorreu na região do Paquistão ceifou o equivalente à duplicação de sua população nas últimas décadas, sendo certamente um fator de morte para mais de 20 mil pessoas. O tsunami registrado na Ásia em dezembro de 2004 mostrou os riscos do rápido crescimento das cidades ao longo do Oceano Índico.

A população da China ocupa zonas alagadas. Nos Estados Unidos, cidades como Memphis e St. Louis estão ao longo da linha de Nova Madri, responsável pelo grande terremoto de 200 anos atrás, quando essas cidades mal existiam. E a zona do furacão ao longo da costa do Atlântico Sul e áreas passíveis de terremotos da Califórnia continuam a se desenvolver. Mais pessoas estão para ser mortas ou para ficar desabrigadas pela Mãe Natureza, num cenário sem precedentes na história.

Quando tais desastres ocorrem, os sistemas de segurança falham e instala-se um Estado de selvageria, de falta total de leis. O primeiro efeito do terremoto na cidade paquistanesa de Muzaffarabad foi a disseminação da pilhagem, o mesmo que aconteceu em Nova Orleans, no final de agosto, quando a cidade foi atingida pelo furacão Katrina. O alívio do socorro perde espaço, a menos que os que tentem ajudar as vítimas possam monopolizar o uso de força. E isso requer tropas.

Mas mesmo o uso de tropas no próprio país é controverso: O Posse Comitatus Act, lei de 1878, limita estritamente o uso de tropas dentro dos Estados Unidos. A devastação da Costa do Golfo ajudou a lembrar que esta lei foi colocada em vigor em uma América rural, no tempo em que desastres naturais tinham um relativamente pequeno número de vítimas, e que tais calamidades eram vistas de uma maneira muito mais fantástica.

Em uma nação e em um mundo onde os meios de comunicação de massa e a Internet espalham a palavra desastre tão efetivamente, apelos apaixonados para se fazer algo rapidamente podem fazer ruir preocupações constitucionais, diferenças políticas e preocupações com soberania. O Paquistão agora concorda em aceitar ajuda de sua rival Índia, e o Irã aceitou ajuda da Força Aérea dos Estados Unidos após o terremoto em Bam, em 2003. Muitas pessoas que costumam denunciar o militarismo americano vão certamente se queixar da ausência de tropas dos Estados Unidos se elas não estiverem ajudando vítimas após uma calamidade natural.

Além disto, dada a habilidade das tropas americanas de estabelecerem perímetros de segurança e de se moverem rapidamente em novos territórios, elas estão emergindo como a organização de emergência mais confiável e efetiva. Há um ditado sobre soldados: amadores discutem estratégias, enquanto profissionais discutem logística. E se a assistência a desastres tem algo a ver com isto, é sim sobre logística – movimentação de pessoas, água, alimentos, suprimentos médicos e equipamento pesado para salvar vidas e comunidades. Os Estados Unidos têm também sua Guarda Nacional, formada por homens principalmente na faixa dos 30 anos – muitos dos quais policiais e bombeiros na vida civil – treinados para lidar efetivamente com multidões e com rapazes que tendem a impedir o trabalho de socorro.

As distinções entre guerra e socorro, entre questões domésticas e estrangeiras estão ruindo. Isto é especialmente verdadeiro dentro dos contingentes de Operações Especiais. À medida que a democratização se alastra, e que surgem novos locais exuberantes onde antes havia países autocráticos do Terceiro Mundo, o Comando de Operações Especiais dos militares não pode realizar operações súbitas, por sua própria vontade.

Nos últimos anos, fui testemunha de mudanças na ênfase de ação direta para o lado mais leve de guerra não convencional: verificando-se trabalhos de socorro em lugares como o sul das Filipinas e o norte do Quênia, vence a boa vontade e, informalmente, e ergue-se a inteligência sobre os terroristas inimigos da América. Em larga escala, o socorro a desastres possibilitado pelo avião de carreira Abraham Lincoln durante o desastre do tsunami no Oceano Índico provavelmente fez mais para melhorar a imagem da América na Ásia em relação ao que foi feito na China, com treinamento convencional.
Assim, como podemos querer que o Pentágono se torne melhor em socorro de emergência sem impedir sua habilidade de lutar em guerras? Primeiro, deve-se continuar a treinar principalmente para combates. O combate possibilita principalmente espírito de corpo vital, e habilidades de honra para preparação a combates e ainda ferramentas de maior valor para ajuda de socorro a desastres.

Além disto, a divisão de Operações Especiais das Forças Armadas dos Estados Unidos tem unidades especiais para selecionar operações de comando, e certamente desenvolverá mais capacidades para missões como resgate de pessoas, de entulhos e de enchentes.

Robert D. Kaplan é correspondente do The Atlantic Monthly e autor do livro Gemidos Imperiais: Os Militares da América em suas Bases. (Fonte: The New York Times, 12/10)

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