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2005-10-11
Cerca de 1,5 mil pessoas deram um abraço no Rio São Francisco, no final da tarde de ontem, interditando a ponte Presidente Dutra, que liga Juazeiro a Petrolina, por quase uma hora. Durante o protesto, também foi lida uma carta de compromissos firmados entre os movimentos sociais que participaram ontem(9), em Juazeiro, de uma assembléia popular, para a construção de um projeto de convivência com o semi-árido. No documento, eles firmaram o compromisso de manter a luta na perspectiva de ampliar o debate nacional acerca do desenvolvimento sustentável de todo o semi-árido, além de se comprometerem a formular ações mais concretas contra o projeto de transposição do Rio São Francisco. Desde já, eles ameaçam ocupar o canteiro de obras e as sedes dos prédios públicos ligados diretamente ao projeto de transposição, caso seja iniciada a obra antes de haver um grande debate.

O bispo do município baiano de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, voltou a endurecer ontem as críticas contra o governo Lula, por conta do projeto de transposição do Rio São Francisco. Durante a abertura da assembléia organizada por movimentos populares contrários à proposta, ocorrida ontem em Juazeiro, no baixo médio São Francisco do estado, o frei classificou a idéia de impopular e voltada apenas aos interesses de grupos empresariais interessados em investir em parte do semi-árido nordestino.

A assembléia ocorrida ontem foi uma das ações originadas pelo protesto de dom Luiz Cappio, que permaneceu em greve de fome por 11 dias, em Cabrobó, no sertão pernambucano, para forçar o governo Lula a rever os planos para a transposição das águas do Velho Chico. Na ocasião, o frei doou aos representantes dos movimentos sociais presentes ao evento o principal símbolo da luta contra o projeto, a imagem de São Francisco de Assis carregada por ele ao longo do jejum. Em troca, recebeu das entidades camisetas e bonés.

— O população do semi-árido brasileiro está ficando de fora das discussões sobre a transposição do São Francisco. Esse projeto não é do povo e para o povo - disparou dom Luiz Cappio, durante seu pronunciamento, que durou cerca de 20 minutos. Mostrando disposição para continuar lutando contra a idéia, sem descartar a radicalização como arma para defesa da bacia hidrográfica, o religioso foi aclamado pelas mais de mil pessoas presentes à assembléia, ocorrida do auditório do colégio Anglo, em Juazeiro.

Contradições - O frei afirmou ainda que a idéia de transpor as águas do rio atende apenas a uma parcela bastante pequena de moradores da região que supostamente seria a mais beneficiada pelo projeto. D. Luiz Cappio se refere à porção do semi-árido brasileiro conhecido como setentrional, cuja abrangência se espalha por todo o território dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, parte da Paraíba e norte de Pernambuco.

Para embasar sua afirmação e desmontar a retórica do beneficiamento da população do sertão utilizada pelo Planalto, D. Luiz Cappio citou cálculos de especialistas _ a exemplo do engenheiro civil e professor de hidrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) João Abner Guimarães Júnior. Ele disse que apenas 0,3% dos habitantes do Nordeste e 5% dos moradores do semi-árido setentrional obteriam as melhorias prometidas pelo governo federal.

D. Luiz Cappio acusou ainda a transposição de ser um projeto restritivo, de caráter impositivo e que atende apenas a demandas de grupos empresariais interessados em investir no semi-árido setentrional. O frei citou os casos de agroindústrias ligadas à fruticultura irrigada e produtores de camarão.

O evento foi acompanhado por diversas entidades da sociedade civil organizada, a exemplo dos movimentos dos Sem-Terra (MST), dos trabalhadores Desempregados (MTD) e Dois de Julho (que luta por habitação); Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Agrícolas, Agroindustriais e Agropecuárias dos Municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé (Sintagro); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); instituições ligadas ao Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco e dezenas de representantes de associações de pescadores, povos ribeirinhos, indígenas e quilombolas de vários municípios banhados pelo rio. (Correio da Bahia, 10/10)

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