Agentes Agroflorestais Indígenas ganham reconhecimento
2005-10-11
O secretário de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal (Seater), Marcos Inácio Fernandes recebeu nesta quinta-feira a visita dos agentes agroflorestais indígenas do Projeto de Custos para Implantação de Gestão Ambiental e Produção Sustentável em Terras Indígenas. Este é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvidos há quase 10 anos.
São 69 agentes agroflorestais indígenas pertencentes às comunidades dos municípios de Feijó, Tarauacá, Jordão, Santa Rosa, Marechal Thaumaturgo, Cruzeiro do Sul, Porto Valter, Mâncio Lima, Sena Madureira e Assis Brasil que foram nomeados através de Decreto governamental para atuar nessas regiões. A Seater é quem coordenará, em conjunto com a Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), as ações a serem desenvolvidas pelo projeto.
Aliando conhecimento tradicional à conservação de recursos naturais, os 69 agentes agroflorestais indígenas, das etnias Ashaninka, Manchineri, Jaminawá, Kaxinawá, Katukina, Shawadawá (Arara), Apurinã e Yawanawá, são voltados atualmente à gestão ambiental de 15 Terras Indígenas (TI) no Acre.
Na prática, a gestão ambiental envolve a elaboração do plano de uso das Tis, a adoção de sistemas agroflorestais, o manejo da caça, da pesca e das espécies florestais mais utilizadas, a criação de viveiros e hortas, a recuperação de áreas degradadas e roças abandonadas, entre outros. Também estão incluídas atividades de vigilância e fiscalização e disseminação de informações e conscientização da comunidade.
História - Segundo conta o agente agroflorestal indígena Antonio Alberto Rodrigues Kaxinauá, tesoureiro da Associação do Movimento de Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaiac), as ações foram iniciadas em 1996 com recursos do Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) do Programa Piloto de Proteção às Florestas Tropicais (PPG-7) para formar 15 agentes agroflorestais de três Terras Indígenas (TIs). O trabalho é um desdobramento das atividades de educação e saúde indígena realizadas desde a década de 80 pela Comissão Pró-Índio do Acre, ONG responsável pelo suporte técnico do projeto.
Em 1999, foi renovado até 2003 e passou a ser apoiado também por diversas organizações indígenas, instituições públicas e privadas brasileiras e internacionais, entre as quais a Secretaria de Extensão e Assistência Técnica Agroflorestal do Governo do estado. Desde 2001, o Governo do Acre é responsável pela formação dos AAFIs, diretamente impactados pelas Brs 364 e 317 e se comprometeu a assegurar recursos orçamentários para os agentes e buscar mecanismos para remunerá-los. (Página 20 – Acre, 07/10)