Apagão florestal já é uma realidade
2005-10-11
A expansão de mercados dependentes de madeira reflorestada, especialmente siderurgia
e produção de celulose, pode ficar travada pelos próximos sete anos. De acordo com o
presidente da Associação Mineira de Silvicultura (AMS), Germano Aguiar Vieira, o
apagão florestal já é uma realidade e se não forem realizadas ações concretas para
evitar o agravamento da situação o Estado pode perder investimentos.
Um dos maiores reflexos da escassez de madeira são os valores de comercialização. Há
dois anos, o metro cúbico de madeira de eucalipto estava sendo negociado a R$ 7 e,
hoje, não sai por menos de R$ 25, acumulando crescimento de 257% em 24 meses. Juntos,
a produção de celulose, siderúrgica e de móveis no Estado consome mais de 30 milhões
de metros cúbicos de madeira reflorestada por ano. Minas Gerais produz somente 58%
do que é consumido, com os 42% restantes comprados na Bahia, Mato Grosso do Sul, São
Paulo e Goiás, entre outros. O déficit de madeira calculado para o Brasil é de 225
milhões de metros cúbicos de estéreos por ano.
A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa),
através do Instituto Estadual de Florestas (IEF), está desenvolvendo um programa
setorial de investimento em florestas, com recursos do Fundo de Apoio e Fomento à
Atividade Florestal. A Seapa está formando parceria com empresas privadas para
garantir o abastecimento industrial e menor volume de capital imobilizado em ativos
florestais, além dos benefícios gerados para o produtor como fonte alternativa de
renda, ocupação de áreas degradadas e redução da pressão sobre as matas nativas.
(Página Rural, 10/10)