Usina Jacuí 1 ganha sócia alemã
2005-10-10
A termelétrica Jacuí 1 contará com um novo parceiro para tentar concluir o projeto da usina, iniciado no começo da década de 1980. Nesta semana, a Empresa Elétrica Jacuí (Eleja), atual responsável pelo empreendimento, deve fechar sociedade com a companhia alemã CCC Machinery. Os valores da negociação não foram divulgados.
—Já temos um pré-acordo com a empresa e estamos acertando os últimos detalhes, mas a tendência é de que a CCC Machinery fique majoritária na sociedade-, revela o presidente da Eleja, Alfredo Gazzolla. Ele lembra que Jacuí 1 está inscrita para participar do leilão de energia nova (geração proveniente de empreendimentos ainda a serem construídos) que será realizado no final do ano. Por contar, a exemplo da Usina Candiota 3, com alguns subsídios previstos na antiga regulamentação do setor elétrico, os dois projetos levam vantagens competitivas em relação aos outros concorrentes do segmento de termeletricidade.
Conforme dados da Secretaria estadual de Energia, Minas e Comunicações, Jacuí 1 prevê o consumo de cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano de carvão mineral, de procedência da região do Baixo Jacuí. A capacidade do empreendimento é calculada no limite de 350 MW, com 285 MW médios de geração (cerca de 8% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).
O complexo está localizado no município de Charqueadas e as obras civis foram iniciadas em 1985. Calcula-se em 24 meses o prazo para a conclusão da termelétrica a partir da retomada da construção. Durante seu desenvolvimento, a usina deve gerar 1,4 mil empregos diretos. Com a operação da termelétrica, somando-se os empregos gerados na mineração de carvão, mais 580 postos de trabalho devem ser criados.
Gazzolla calcula em cerca de US$ 300 milhões o investimento necessário para concluir Jacuí 1. Desde o início do projeto, em 1982, estima-se que já foram investidos na Usina Jacuí 1 cerca de US$ 150 milhões. O complexo passou para iniciativa privada ao final da década de 90 quando a Gerasul, cindida da Eletrosul, foi privatizada. Depois, a Gerasul passou a se chamar Tractebel e cedeu o controle do empreendimento para a Carbonífera Criciúma que criou a companhia Eleja para administrar a termelétrica (JC, 10/10)