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2005-10-10
A Comissão para a Europa da União das Nações Unidas (UNECE), através de seu Comitê do Setor de Madeira, analisou recentemente a situação atual de mercado dos produtos florestais em 2005, e prevê, para 2006, um mercado menos agressivo face às questões políticas atuais. O tema da discussão anual do comitê foi Políticas de Certificação Florestal – Influência sobre os Produtos do Mercado Florestal na Região da UNECE. O texto completo aprovado pelo comitê foi recentemente divulgado. Os pontos chave da declaração podem ser conferidos a seguir:

Conclusões gerais

O mercado de produtos florestais continua em níveis recordes em subregiões da UNECE: Europa e América do Norte.

As políticas de certificação, tanto públicas quanto das associações comerciais, estão impactando todos os setores e mercados de produtos florestais.

Governos, sociedade civil e indústria estão trabalhando juntos para encaminhar soluções para a exploração ilegal e o comércio ilegal de produtos derivados. Procuradorias públicas, polícias, entidades da área de certificação e construção sustentável estão melhorando a comunicação.

A intensa competição internacional, especialmente de fora da região da UNECE, resultou em preços mais baixos para commodities e produtos com valor agregado, e teve efeito negativo sobre a viabilidade econômica do setor como um todo.

É necessário incrementar a comunicação para melhorar a imagem pública da madeira e das florestas que sofrem com a preocupação pelo desflorestamento fora da região e para estimular a exploração legal e sustentável de florestas.

As associações comerciais e companhias estão estabelecendo programas corporativos de responsabilidade para proteger e mesmo ganhar maior participação de mercado naqueles mais sensíveis ambientalmente, ao mesmo tempo em que aspiram desenvolver valores sociais e ambientais para as florestas, mantendo sua viabilidade econômica.

O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005, traz atenção e precisa ser melhor comunicado, pois traz múltiplos papéis positivos para as florestas e para o ciclo do carbono.

Os catastróficos temporais de 2005 ocorridos na região do Mar Báltico e os furacões na região do Golfo, nos Estados Unidos, causaram danos de grandes proporções às florestas, com efeitos na produção de produtos básicos de madeira, e com efeitos também nos modelos de comércio.

A expansão da indústria de produtos florestais chineses está causando conseqüências significativas para o setor florestal da região da UNECE – por exemplo, os preços caíram ao longo da cadeia de suprimentos, reduzindo a viabilidade econômica do setor de exploração florestal e de madeira.

Produtos florestais certificados

Cinqüenta por cento das florestas da Europa oriental e da América do Norte agora estão certificadas por programas de gestão ambiental, e contam com 96% dos certificados florestais do mundo.

A demanda por produtos florestais certificados está crescendo, levando à preocupação quanto à sustentabilidade do abastecimento, bem como a altos e baixos na cadeia da madeira, pela compra de produtos de papel e madeira, especialmente ao tipo de comércio business to business e entre governos.

A referência à gestão sustentável de florestas está aumentando nas políticas públicas do governo, e as políticas públicas estão se multiplicando, de forma que as associações comerciais também estão conclamando a harmonização de requerimentos em suas políticas.

Há um número consideravelmente menor de florestas tropicais certificadas – aproximadamente 1% de todas as certificadas no mundo. Isto causa dificuldades para a exportação de produtos par mercados ambientalmente sensíveis na região da UNECE.

Na Rússia, o gerenciamento para a certificação de florestas sustentáveis está começando.

Corte de coníferas

O consumo de madeira derivada do corte de coníferas estava em nível recorde, em 2004, na região da UNECE, e a previsão é de que aumente aproximadamente 2% em 2005 e 2006, na Europa e na América do Norte, e ainda mais na Rússia.

Pela primeira vez desde 1998, as exportações de madeira da Rússia não deverão crescer em 2006, o que se alinha a um antecipado crescimento no consumo doméstico.

A Confederação Européia de Indústrias Produtoras de Madeira (CEI-Bois) lançou o Mapa de Caminhos 2010, um plano de ação para o reconhecimento público de produtos de madeira como material de referência.

A América do Norte tornou-se grande importadora de madeira de coníferas pela primeira vez em 2004, e esta situação deve continuar em 2005 e 2006.

Corte de madeiras de lento crescimento

As previsões do comitê para o mercado de madeiras de lento crescimento são otimistas para 2005 e 2006, com crescimento de consumo, produção e comércio na Europa e na América do Norte.

Os Estados Unidos prevêem amplos aumentos de importações em 2005 e novamente em 2006, presumivelmente de outros continentes, ao mesmo tempo em que prevêem aumentos nas exportações em 2005, de até 5%, e em 2006, de até 9%, com parte desse aumento indo para a Europa.

Os novos esforços para a promoção de madeiras de lento crescimento nos Estados Unidos, feitos pela federação do setor, e na Europa, pelo conselho de exportação desse tipo de madeira, estão por trás dessas previsões otimistas.

Produtores e comerciantes de madeira de crescimento lento estão voltando-se cada vez mais à certificação para assegurar a sustentabilidade e as evidências de legalidade de exploração desse tipo de madeira. Apesar de previsões positivas, as associações de comércio de madeiras de crescimento lento lançaram suas atenções à pobre viabilidade econômica do setor.

Ao longo dos últimos cinco anos, houve subsídios de pequena e grande escala do Estado ao estabelecimento de serrarias na Europa oriental, ao mesmo tempo em que um número de pequenas serrarias foi à bancarrota.

Painéis sobre madeira

O mercado de painéis de madeira avançou a níveis recordes em 2004.

Os custos de produção estão aumentando, como resultado de preços recordes do petróleo, que estão fazendo subir os custos de produção de energia, de resinas e de colas, sem falar nos custos de transporte.

Indústrias na Europa e na América do Norte esperam uma alta competição de matéria-prima de madeira, notavelmente de resíduos e de madeira de pequeno diâmetro, como conseqüência de políticas para desenvolver o setor de energia baseado em madeira.

A competição de produtos importados da China, na área de compensados e madeira para mobília, está aumentando sensivelmente. Isto inclui também papel, papelão e celulose.

O consumo de papel e papelão deve continuar a se expandir em ritmo constante.

A produção e as exportações na Europa vão cair levemente em 2005, guiadas por uma dispensa temporária de trabalhadores na Finlândia, que fez com que a produção parasse durante várias semanas.

A competição é global e intensa, liderada pela consolidação de medidas para corrigir possível excesso de estoques e manutenção da lucratividade.

O suprimento de fibras é uma preocupação da indústria devido à competição por suprimento de madeiras provenientes de energia renovável.

A certificação é considerada essencial para a manutenção de boa imagem do papel e do papelão junto aos consumidores, bem como de matérias-primas de madeira, incluindo a energia proveniente dessa fonte.

Depois de um recorde de extrações em 2004, a retirada mundial de madeira deverá crescer levemente em 2005 e 2006.

Danos causados por temporais na Eslováquia no final de 2004 e em 2005 na região do Báltico e do Golfo, nos Estados Unidos, influenciam essas tendências.

A competição global forçou a queda dos preços da madeira em muitos mercados, embora o aumento da demanda pela energia da madeira possa ter sinalizado preços positivos.

O consumo de energia da madeira está crescendo sob a influência dos elevados preços do petróleo e sob políticas oficiais para o alcance de metas sustentáveis, bem como sob os compromissos do Protocolo de Kyoto.

Declaração sobre Mercados Produtores de Florestas em 2005 e Prospecção para 2006

O Comitê de Madeira da UNECE endossou em 30 de setembro de 2005 a seguinte declaração:

Visão geral sobre os produtos e mercados florestais em 2005 e 2006

O Comitê de Madeira da UNECE revisou os principais avanços atuais que afetam as políticas e o mercado do setor: exploração ilegal, dentro e fora da região da UNECE, ameaças à viabilidade econômica dos donos das florestas e das indústrias de intensa competição global, desafios e oportunidades apresentados pela crescente demanda por energia proveniente da madeira e a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto. O governo, a sociedade civil e a indústria estão trabalhando cada vez mais juntos para encaminhar questões, por exemplo, através de políticas públicas, medidas de responsabilidade social, esquemas de construções ecológicas e melhoria na comunicação.

O advento do Protocolo de Kyoto, em 2005, trouxe atenção para os múltiplos papéis positivos das florestas e da madeira no ciclo do carbono: mitigação dos efeitos negativos da mudança climática, seqüestro de carbono, provisão de fontes de energia renováveis a partir do carbono, substituição de combustíveis não-renováveis ou matérias-primas e contribuição para a conservação de energia. Deve-se saber melhor que a madeira, proveniente de florestas sustentavelmente gerenciadas, é verdadeiramente amiga do meio ambiente: um esforço muito maior de comunicação é necessário para que esta impressão se fixe na mente do público, substituindo os muitos preconceitos que estão presentes.

As complexas propostas do Protocolo de Kyoto irão influenciar todas as partes do setor. Governos, o setor privado e a sociedade civil deveriam juntos analisar as conseqüências e adotar um papel proativo no desenvolvimento de uma resposta estratégica aos desafios e oportunidades. Em resumo: a principal conseqüência foi o aumento da política de apoio ao desenvolvimento da energia vinda da madeira: muitos países têm reportado instrumentos de políticas em suporte à energia da madeira, direcionando seus esforços para o Protocolo de Kyoto, mas também preocupações pela segurança e a sustentabilidade do abastecimento de energia face aos elevados preços das energias não-renováveis.

Em alguns países, o preço da energia da madeira vem aumentando, e há indicadores de que os volumes aumentaram, embora o sistema estatístico de monitoramento do setor seja ainda muito fraco. Representantes da indústria florestal expressaram preocupação com os instrumentos de políticas em favor das fontes renováveis, os quais estão distorcendo o mercado da madeira. Foi ressaltado que muitas partes da economia foram influenciadas por políticas de incentivos, e que todas aquelas atuas ou potenciais distorções deveriam ser levadas em conta, não apenas aquelas relacionadas à energia renovável. O Protocolo de Kyoto apresenta uma oportunidade adicional de promover as florestas e os produtos de madeira.

Os catastróficos temporais na região do Mar Báltico ocorridos em janeiro de 2005, e os furacões na região do Golfo dos Estados Unidos, em setembro de 2005, causaram danos extensivos às florestas, com efeitos subseqüentes à produção do setor de madeira. As ramificações estão afetando principalmente produtos de madeira na América do Norte e na Europa, alterando os padrões de comércio.

As conseqüências amplas e significativas para o setor florestal da região da UNECE da expansão dos produtos florestais chineses também foram discutidas. As indústrias chinesas estão comprando matéria-prima e produtos primários (lenha, madeira serrada e papel recuperado) da região da UNECE, bem como de outras regiões, e exportando produtos manufaturados, notavelmente material compensado e mobília. Como conseqüência das operações de ampla escala e dos baixos custos do trabalho chinês, os preços vêm caindo ao longo da cadeia de suprimentos, reduzindo a viabilidade econômica dos setores florestal e de madeira europeu. A China é agora o maior exportador de compensados do mundo e o segundo de mobília.

Como resposta a essas práticas comerciais consideradas injustas, a União Européia vem apresentando medidas antidumping para os compensados, e os Estados Unidos impuseram tarifas punitivas sobre algumas mobílias chinesas. Em um encontro da União Européia com a China, em setembro de 2005, líderes dos dois lados conclamaram por um trabalho conjunto para atacar o problema da exploração ilegal de madeira na região asiática. Enquanto isto, algumas companhias estão mudando suas operações com madeira para a China, ao mesmo tempo em que mantêm operações no mercado doméstico. (Fonte: UNECE, www.unece.org/trade/timber/mis/forecasts.htm, 8/10)

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