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2005-10-07
Uma chuva de oito milímetros por metro quadrado entre o começo da noite de quarta-feira e a madrugada de hoje acabou totalmente com as queimadas que consumiam as florestas do Acre desde julho passado.

No município de Acrelândia, a 122 quilômetros de Rio Branco, as chuvas chegaram acompanhadas por um vendaval que destelhou e comprometeu a estrutura de 30 casas e de três galpões de empresas madeireiras. Dois funcionários foram feridos por telhas que despencaram e um deles teve que ser internado em Rio Branco.

O prefeito da cidade, Tião Bocalon, montou equipes de resgate para socorrer os desabrigados. Segundo ele, antes do vendaval, Acrelândia era uma das mais prejudicadas pelos incêndios florestais com a perda de plantações inteiras, gado e casas rurais. Bocalon fez um levantamento e estima que a soma das perdas na zona rural chega a R$ 40 milhões.

A chuva chegou depois de mais de três meses da maior seca do Acre nos últimos 40 anos. A estiagem inesperada propiciou a formação de incêndios descontrolados e baixou o nível dos rios do Estado causando racionamento de água e inviabilizando a navegação. Hoje pela manhã, o superintendente do Ibama, Anselmo Forneck, sobrevoou de helicóptero a área da Reserva Extrativista Chico Mendes entre Rio Branco e Assis Brasil e não viu nenhum foco de fogo.

— Podemos dizer que a chuva extinguiu totalmente as queimadas - comemorou.

Embora haja previsão de mais 25 milímetros de chuva para os próximos dois dias, Forneck disse que não vai desativar a força-tarefa que está combatendo os incêndios no Acre há duas semanas.

— Temos que ficar de prontidão por mais cinco dias pelo menos - informou. Ao todo, cerca de 300 pessoas estão envolvidas na operação, das quais 150 vieram de Brasília.

Assim que der por encerrada a temporada de fogo, o Ibama vai começar a contabilizar os prejuízos. Forneck explicou que ainda não existe nenhuma estimativa de quantos hectares foram destruídos pelo fogo e qual foi o prejuízo da flora e da fauna. Moradores da Reserva Chico Mendes estão prevendo dificuldades, já que a maioria vive do extrativismo de borracha, castanha, óleo de copaíba, vinho de jatobá, sementes, ervas medicinais e de plano de manejo de madeira, bastante atingidos pelo fogo. (Agência Estado, 06/10)

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