Mortos em passagem do furacão Stan chegam a 235
2005-10-07
Equipes de resgate da Guatemala encontraram ao menos 40 corpos de vítimas em um grande deslizamento de terra e encontraram outros 20 mortos devido ao transbordamento de um rio, ontem (6/10), elevando para 235 o número de pessoas mortas durante cinco dias de chuvas na América Central e no México.
Segundo autoridades, o número de mortos ainda pode crescer, já que outras 150 pessoas ainda estão desaparecidas depois de um deslizamento em Solola, cidade próxima do lago Atitlan, 100 quilômetros a oeste da Cidade da Guatemala (capital).
Na Guatemala, o número de mortos na Guatemala chegou a 144, com equipes de emergência relatando cinco novas vítimas na noite de ontem (6/10).
Pela primeira vez em cinco dias, as chuvas cessaram no país, permitindo que o presidente guatemalteco, Oscar Berger, sobrevoasse as áreas devastadas para medir os estragos. Berger pediu ao Congresso que declarasse estado de emergência no país, enquanto equipes de emergência relatavam que outras duas cidades foram soterradas por deslizamentos de terra --entre elas, Las Giraldas, 90 quilômetros a oeste da Cidade da Guatemala.
Em Quetzaltenango, segunda maior cidade da Guatemala, 200 quilômetros a oeste da capital, as inundações chegaram a dois metros de altura, destruíndo centenas de casas, comércios e edifícios públicos, segundo o Corpo de Bombeiros.
Mais de 24 mil pessoas de 270 comunidades estão em abrigos em toda a Guatemala, mas sofrem de frio e de falta de água e comida, segundo rádios locais. Moradores da cidade também relataram uma situação crítica.
Equipes de resgate também tentavam restaurar o acesso das 300 rodovias bloqueadas em todo o país devido a quedas de árvores, inundações e deslizamentos de terra.
Em El Salvador --onde as fortes chuvas deixaram 65 mortos-- equipes também trabalhavam nos esforços de recuperação.
Autoridades estavam em alerta devido à possibilidade de ocorrência de novos deslizamentos de terra e inundações similares aos que bloquearam centenas de estradas e destruíram pontes em todo o país.
Cerca de 54 mil pessoas foram retiradas de suas casas e levadas para 370 abrigos em todo o país, enquanto 80% das estradas foram interditadas pelas chuvas.
–A chuva cessou, o sol voltou a esquentar o país, mas o perigo continua–, afirmou o porta-voz da Cruz Vermelha salvadorenha, Carlos Lopez Mendoza. –O solo está saturado e nós podemos ter mais tragédias–, frisou.
Na quarta-feira (5/10), o presidente mexicano Vicente Fox visitou a cidade de Tapachula, ao sul do Estado de Chiapas, onde inundações destruíram 50 pontes, danificaram casas e rodovias e cortaram a energia elétrica e a comunicação telefônica.
Autoridades relataram oito mortes em todo o Estado e 25 mil pessoas foram levadas para 103 abrigos.
–A chuva e as nuvens não permitiram que sobrevoássemos a região e, conseqüentemente, limitaram nossa capacidade de ação–, afirmou Fox nesta quinta-feira. Fox também disse que o mau tempo impediu que dois grandes navios de ajuda chegassem às áreas afetadas.
Na terça-feira (4/10), o presidente visitou o Estado de Veracruz, atingido pelo furacão Stan no início desta semana. Escolas continuam fechadas e muitos moradores permanecem em abrigos, enquanto a chuva continua a atingir a região.
Três pessoas se afogaram no Estado --entre elas, uma pessoa embriagada que caiu em uma rua inundada. Na região de Oaxaca, um casal morreu em um deslizamento de terra. (FSP, 7/10)