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2005-10-06
Servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de várias regiões de Mato Grosso estão reunidos em Cuiabá para pedir à administração central do órgão ambiental providência para garantir a segurança física e condições mínimas de trabalho na região Norte do Estado.

O motivo da preocupação foram os protestos em frente aos escritórios de Sinop e Alta Floresta na última semana, que resultaram em depredação do patrimônio público. No manifesto, os servidores reclamam do manto de silêncio e indiferença lançado pela direção do Ibama em relação à situação de insegurança nos escritórios regionais. Rodrigo Dutra da Silva, chefe do escritório de Alta Floresta diz que os servidores foram a Cuiabá pressionar a superintendência a adotar medidas rapidamente para garantir a continuidade do trabalho nas regionais.

No manifesto, os servidores também criticam o desmonte da estrutura do Ibama, que não dá conta do aumento da demanda de projetos de manejo protocolados após a Operação Curupira. Além disso, os técnicos e analistas ainda enfrentam um problema de entendimento entre o órgão federal e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente com relação à interpretação do cálculo de reserva legal, que impede o aproveitamento de matéria prima proveniente do desmatamento nas propriedades rurais e aumenta a crise de matéria prima no setor madeireiro e a pressão sobre o órgão.

Segundo Paulo Maier, superintendente do Ibama de Mato Grosso, o órgão entrou na justiça ainda na semana passada com um pedido de interdito proibitório, ação que poderia impedir realização de manifestações nos escritórios. A ação, que ainda não foi julgada, seria uma medida drástica contra os protestos.

— Nós achamos que todas as pessoas têm direito de protestar, mas também temos que garantir que isso não cause danos aos servidores e ao patrimônio público - justifica o superintendente de Mato Grosso.

Maier afirma que ainda não recebeu o relatório do prejuízo causado às duas unidades e lamenta que os protestos acabem por prejudicar o próprio setor florestal, cujo atendimento ficou prejudicado, especialmente em Alta Floresta.

Escritório fechou em Alta Floresta
Em Alta Floresta, o protesto da sexta-feira, dia 30, foi violento. As grades da frente do prédio foram arrancadas, vidraças destruídas, e bombas atiradas na recepção e sobre o telhado. A perícia está levantando o prejuízo e investiga os responsáveis pelo vandalismo. Rodrigo Dutra da Silva, chefe do escritório no município, relata que até mesmo o computador da recepção foi danificado e o escritório ficará fechado durante toda a semana, em função dos danos.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Madeireira de Alta Floresta (Sintaf), organizador das manifestações no município, pode ser responsabilizado pelos danos ao patrimônio público. Antonio Carlos Cândido, presidente do sindicato, diz que a instituição está consciente da sua responsabilidade e se colocou à disposição para fazer os reparos necessários no escritório. Ele nega, no entanto, que os prejuízos tenham ido além das grades e vidraças.

— Nós não incentivamos o ato, tivemos problemas com a empresa de sonorização, que desistiu de última hora, e esse contratempo gerou o descontrole de algumas pessoas - afirma Cândido. (Estação Vida – MT, 05/10)

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