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2005-10-06
A transposição das águas do rio São Francisco, motivo da greve de fome do bispo de Barra (BA), Luiz Flávio Cappio, divide opiniões entre especialistas.

O presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) é favorável à transposição.

— A transposição é necessária, é um projeto de integração nacional, o Brasil não se pode dar ao luxo de não fazê-la.

Wilson Lang diz que a captura de água terá limites que estão compatíveis com a realidade do rio naquele trecho [entre as barragens de Paulo Afonso e Sobradinho (BA)].

— As tomadas de água estão entre dois lagos de contenção, que são reguláveis. Para manter o curso do rio sem mexer nas condições dele, vai ter que aumentar a vazão da barragem de Sobradinho. Só que ela tem um volume de água que dá para isso e mais dez vezes outra coisa.

Para ele, os locais beneficiados poderão dar uma contribuição tão grande para o país quanto Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), que saíram de uma região inóspita e se tornaram pólos agrícolas. O jornalista Marco Antônio Tavares Coelho, autor do recém-lançado Os Descaminhos do Rio São Francisco (Paz e Terra), refuta o argumento de que a transposição não alterará o regime hídrico do rio.

— A água serve às usinas hidrelétricas. Então, não dá pra tirar essa água - diz ele.

Coelho critica os gastos do projeto:

— O custo dessa água é absurdo. Porque você vai ter de levar essa água a mais de 400 km. Além disso, essa água tem de ser bombeada, gastando energia elétrica. Será a água mais cara do mundo.

O geógrafo Aziz AbSáber também faz críticas ao projeto.

— [O governo afirma que] as águas doces vão chegar nas águas salinas dos açudes, mas ele não fala que antes dessas águas serem despoluídas elas vão poluir as águas dos açudes que são semi-salinizados.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Manoel dos Santos, defende a transposição.

— Um rio com a dimensão do São Francisco não foi criado apenas para a população ribeirinha, mas para ser explorado pela capacidade tecnológica do homem.

Santos acredita que, em vez de piorar a situação das águas do rio, a transposição pode melhorá-la.

— Defender a revitalização não é razão para se opor à transposição. A tendência é que, com todo o investimento feito com a transposição, aumente o zelo com o rio, para que não prossiga a destruição.

Para o pesquisador João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, um dos problemas que a transposição acarretará é a falta de energia elétrica. Segundo ele, o rio é responsável por 95% da geração de energia do Nordeste. Como esse potencial foi quase todo utilizado pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), diz, daqui a dez ou 12 anos terá de ser dobrada a geração de energia na região.

— De onde vamos tirar essa energia? - questiona ele.

Segundo Suassuna, tirar água do rio para abastecer 12 milhões de pessoas, como prevê o projeto, é praticamente impossível. Para o professor Nilson Campos, da Universidade Federal do Ceará, doutor em gerenciamento de recursos hídricos, o que justifica o projeto do ponto de vista técnico é ter uma maior segurança hídrica e facilitar o gerenciamento dos estoques de água.

No entanto, ele pondera que a transposição não é uma panacéia.

— Esse projeto não vai resolver o problema da seca, que é mais complexo.

Vamos lutar pela vida do rio e por esse pobre servo de Deus
-LUÍS FLÁVIO CAPPIO Bispo de Barra (BA)

Precisamos defender a vida do rio até a morte
ROMUALDO PESSOA Agricultor que aderiu à greve de fome do bispo Cappio

Se ele vier a morrer, o culpado tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva
JOÃO ALVES FILHO Governador do Sergipe (PFL)
(Folha de S.Paulo, 05/10)

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