COMISSÃO DEBATE CUSTO-BENEFÍCIO DOS TRANSGÊNICOS
2001-09-13
O conflito entre os critérios científicos de segurança e as necessidades econômicas e de desenvolvimento tecnológico do País mais uma vez se opuseram na discussão sobre a comercialização dos alimentos geneticamente modificados. Em audiência pública promovida pela comissão especial criada para analisar o Projeto de Lei 2905/97, do deputado Fernando Gabeira (PT-RJ), que disciplina a comercialização desses produtos, cientistas, deputados e técnicos dividiram-se entre a urgência econômica e a segurança para o consumo humano. Para o diretor de Alimentos e Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ricardo Oliva, a aprovação pela CNTBio e o registro concedido pela Anvisa a esses alimentos não pode levar em consideração as questões econômicas ou de desenvolvimento do País. - Quando se avaliam os efeitos de um produto para a saúde humana, as conseqüências ambientais e fitossanitárias, outras considerações não podem ser feitas, afirmou. No Brasil, apenas a soja transgênica foi liberada. Para o presidente da Fundação Butantã, Isaías Raw, é fundamental analisar a relação custo/benefício na utilização de determinado produto. Ele exemplificou com a vacina contra o rotavirus. - Ela provocou problemas em algumas crianças, mas salvou a vida de milhões, disse. Ele também afirma que os alimentos geneticamente modificados podem ser benéficos à saúde e até mesmo mais saudáveis, já que exigem menos agrotóxicos. Raw advertiu que recusar os transgênicos é condenar-se como país. - Abdicar da tecnologia é um erro, é abdicar de ter disponibilidade de alimentos num país que tem fome.