Cientistas acreditam que já se pode clonar um mamute
2005-10-05
Cientistas japoneses estão aptos a clonar células do Mamute de Yukagir, animal pré-histórico que viveu há mais de 18 mil anos na Sibéria e que foi uma das atrações mais exóticas da recente Expo-2005 de Aichi, no Japão. –Praticamente, não restam dificuldades técnicas para clonar esse animal–, anunciou na segunda-feira (3/10) o cientista japonês Niochi Tsutsui, durante uma reunião com Alexandr Akímov, vice-presidente da república russa de Yakutia, onde os restos do mamífero pré-histórico foram encontrados, no distrito de Yukagir, o qual originou o nome do animal.
–Apesar disto, vamos ter que pesar cuidadosamente os prós e os contras antes de decidir a clonação do mamute, tendo em conta as possíveis conseqüências negativas que isto possa trazer para o mundo animal–, assinalou o especialista japonês.
Encontrado por caçadores de renas há dois anos no solo congelado da Sibéria, o mamute de Yukagir é um dos descobrimentos paleontológicos mais importantes dos últimos tempos porque seus restos se conservaram em perfeito estado. As partes encontradas não estão fossilizadas e está quase intacta a cabeça, as vértebras cervicais, as duas patas dianteiras e algumas costelas, além de certa quantidade de pele, porções de tecido intestinal e outros órgãos, entre eles o reprodutivo.
A sala onde o Yukagir esteve exposto, sempre a –15ºC, foi um dos pavilhões mais visitados da Exposição Universal Aichi 2005, que se ocorreu no Japão, recentemente, sob o tema A Sabedoria da Natureza. Os cientistas supõem que o Yukagir foi um macho adulto de 40 a 50 anos, 2,8 metros de altura e entre 4 e 5 toneladas de peso.
Os mamutes apareceram na África entre 3 e 4 milhões de anos atrás, há 2 milhões de anos migraram para a Europa e para a Ásia e chegaram à América do Norte há 500 mil anos, passando pelo estreito de Bering. Para a ciênci, continua sendo uma incógnita a causa de seu desaparecimento, que se iniciou há uns 11 mil anos, quando a população desses animais começou a diminuir até uma total extinção, há 3,6 mil anos. A maioria dos especialistas estima que os mamutes se extinguiram por causa das mudanças climáticas registradas na Terra. (Clarín, 4/10)