Cerca de 300 pessoas discutem área de preservação permanente em Belo Horizonte
2005-10-04
Na Reunião Pública com mais participação até agora, cerca de 300 pessoas lotaram pela manhã o auditório do CREA/MG, em Belo Horizonte, para discutir modificações em uma Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que prevê intervenção em Área de Preservação Permanente - APPs. A Reunião acontece até as 18 horas.
Este é o terceiro encontro regional sobre a proposta de resolução que definirá situações de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto para retirada de vegetação em margens de rios e lagos, nascentes e olhos d´água, veredas, topos de morros, regiões muito inclinadas, manguezais e dunas.
Para o Gerente Executivo do Ibama em Minas Gerais, Roberto Messias Franco, fica claro que o Conama continua sendo uma instância importante, pois coloca em discussão crucial matéria que trata da compatibilização do meio ambiente equilibrado com o desenvolvimento econômico.
O Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone, ressalta a complexidade do processo em questão e a participação da sociedade: — Em debate desde 2002, já realizamos cerca de 40 reuniões internas do Conama e três oitivas neste ano.
A manutenção e a recuperação das APPs são fundamentais para o bem-estar das populações em regiões urbanas e rurais, mas seu uso é uma realidade que não pode ser desprezada. A construção de pontes e estradas, obras de saneamento e de abastecimento de água, por exemplo, normalmente necessitam de licenciamento para retirada de vegetação em margens de rios e outras áreas. Daí a necessidade de que sejam definidas normas para a intervenção nas APPs.
Participarão do debate o secretário-executivo do MMA, Cláudio Langone, o diretor do Conama, Nilo Diniz, além de representantes de setores produtivos, entidades governamentais e não- governamentais, Ministério Público, entre outros.
Já aconteceram reuniões em Porto Alegre (RS) e Belém (PA), e os próximos encontros serão em Recife (PE) e Goiânia (GO). Os debates servem para esclarecer a população sobre porque o Conama está regulamentando o uso das APPs e para preparar a votação do tema, ainda em outubro.
A vegetação nessas áreas é protegida pela legislação federal desde 1934 (Decreto 23.793), e também pelo Código Florestal Brasileiro (1965). Além de manter a quantidade e a qualidade das águas, ajudam a conter inundações, erosões e deslizamentos de terras, fixam dunas, protegem o solo e abrigam espécies animais e vegetais importantes para o equilíbrio ecológico. (Ibama, 3/10)