Greenpeace denuncia fuga radioativa em usina nuclear espanhola
2005-10-04
A central nuclear de Cofrentes, localizada em
Valencia, na Espanha, registrou uma fuga radioativa no
dia 21 de setembro último, devido à ruptura de uma
mangueira dentro do prédio onde ficam os resíduos. A
denúncia foi feita ontem (3/10) pelo grupo ecológico
Greenpeace. Segundo o Conselho de Segurança Nacional
espanhol, a central de Cofrentes havia notificado, no
último dia 27, por solicitação desse órgão, que houve
sucesso no controle do vazamento, apesar de o mesmo
ter superado a dose de 0,03 milisieverts por hora
(mSv/h) em zona classificada como controlada, na qual
o limite é de 0,025 mSv/h. O Sv mede a energia
radioativa em Joules (unidade de força) por metro
vezes segundo - J/m.s. A usina informou que não
houve incidência sobre os trabalhadores.
O porta-voz da central nuclear, Jesús Cruz, explicou
que o fato ao qual se refere o Greenpeace corresponde
a uma perda de água de cinco litros em uma mangueira
do evaporador de detergente da lavanderia de roupas da
central, sendo esta água recolhida em poucos minutos,
- sem incidência alguma -, disse.
Apesar disto, o Greenpeace indicou, em um comunicado,
que a avaria demorou quase duas horas para ser
reparada, o que provocou uma dose de 0,06 mSv. Para a
organização ecológica, este presumível sucesso
- recai, de novo, na falta de cultura de
segurança na central nuclear de Cofrentes.
Na
avaliação da ONG, as centrais nucleares são
instalações obsoletas, perigosas e emitem radiações
que produzem efeitos nocivos para as pessoas e o meio
ambiente, razões pelas quais o governo deveria
fechá-las.
O Greenpeace considera que o Conselho de Segurança
Nuclear deveria tornar acessível toda a documentação
de seus arquivos, informar sobre todos os
acontecimentos notificáveis ocorridos, em tempo, bem
como informar sobre as medidas adotadas e todos os
acordos de seu plenário.
(Fonte: El Mundo, 3/10)